OMS Sob Fogo: Bloomberg e Reformas Exigidas Após Saída Norte-americana

29 de Janeiro 2025

EUA oficializam saída da OMS em 2025, sob acusações de má gestão pandêmica, influência política externa e contribuições excessivas. Reino Unido e Itália pressionam por mudanças ou ruptura

A administração de Donald Trump formalizou, em 20 de janeiro de 2025, a retirada dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS), revogando a decisão de Joe Biden que reintegrara o país em 2021. O anúncio, feito através de ordem executiva, apontou como motivos a “má gestão da pandemia de COVID-19 originada em Wuhan”, a falta de reformas urgentes e a submissão a influências políticas de estados membros. Além disso, criticou as contribuições financeiras “desproporcionais” dos EUA, responsáveis por 22% do orçamento bianual da OMS (2024-25), totalizando 958,5 milhões de dólares, majoritariamente voluntários.

A decisão agrava a pressão financeira sobre a OMS, já enfrentando críticas globais. No Reino Unido, o grupo Action on World Health (AWH), ligado ao líder do Partido Reformista, Nigel Farage, propõe a revisão radical ou substituição da organização através do “Bell Review”, alegando interferência em soberanias nacionais. Na Itália, Matteo Salvini, vice-primeiro-ministro, apresentou projeto de lei para seguir o exemplo norte-americano, acusando a OMS de atuar em conluio com farmacêuticas multinacionais.

As críticas estendem-se ao Framework Convention on Tobacco Control (FCTC), tratado da OMS considerado “ultrapassado” por ignorar evidências científicas sobre redução de danos do tabaco. Ex-diretores da OMS, Robert Beaglehole e Ruth Bonita, denunciaram em artigo no The Lancet a influência de grupos antitabaco que privilegiam a abstinência total, em detrimento de alternativas como cigarros eletrônicos. A pressão de Michael Bloomberg, bilionário que financia políticas globais antitabaco, também é alvo de controvérsia. Casos nas Filipinas, Índia e Paquistão revelaram tentativas de organizações financiadas por sua fundação de influenciar legislações locais, resultando em suspensões governamentais.

A Taxpayers Alliance (TPA) do Reino Unido endossou a saída, destacando que o FCTC dificulta o acesso a alternativas menos nocivas ao tabaco, aumentando custos em saúde. A entidade defende que a OMS prioriza interesses privados, como os de Bloomberg, em vez de evidências científicas. Com a próxima Conferência das Partes (COP10) do FCTC marcada para novembro em Genebra, a pressão por reformas ou ruptura com a OMS intensifica-se, refletindo um cenário global de desconfiança crescente.

PR/HN/NB

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