“Após a declaração deste surto de febre hemorrágica na República de Tanzânia, o Ministério de Saúde está a implementar diversas medidas para controlar este surto, que incluem o reforço da vigilância epidemiológica, o reforço de vigilância laboratorial no controlo de infeções hospitalares e a melhoria do manejo de casos de febres hemorrágicas”, disse o diretor-geral do Instituto Nacional de Saúde (INS), Eduardo Samo Gudo, citado hoje pela comunicação social.
A presidente da Tanzânia confirmou em 20 de janeiro, na presença do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), um surto da doença do vírus de Marburgo na região de Kagera, no noroeste deste país vizinho de Moçambique.
“Os testes laboratoriais efetuados no Laboratório Móvel de Kabaile, em Kagera, e posteriormente confirmados em Dar es Salaam, identificaram um doente como estando infetado com o vírus de Marburgo; felizmente, os restantes pacientes suspeitos tiveram resultados negativos”, afirmou a Presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, durante uma conferência de imprensa conjunta com o líder da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, após testes a 25 casos suspeitos.
Eduardo Samo Gudo indicou que os riscos de dispersão da doença para países da região são “baixos”. Entretanto, garantiu que organizações da saúde, incluindo a OMS e o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC) estão a “tomar medidas com vista a segurar que este surto seja contido” a partir de Tanzânia.
Tanzânia faz fronteira com Moçambique através das províncias do Niassa e Cabo Delgado, no norte do país.
A OMS está agora a apoiar as autoridades de saúde da Tanzânia para reforçar as principais medidas de controlo do surto, incluindo a vigilância da doença, os testes, o tratamento, a prevenção e o controlo das infeções, bem como a gestão dos casos e a sensibilização das comunidades para evitar uma maior propagação do vírus.
“A OMS, em colaboração com os seus parceiros, está empenhada em apoiar o Governo da Tanzânia a controlar o surto o mais rapidamente possível e a construir um futuro mais saudável, mais seguro e mais justo para toda a população da Tanzânia”, afirmou Tedros no comunicado divulgado em 20 de janeiro.
A Tanzânia notificou anteriormente um surto de Marburgo em março de 2023 – o primeiro do país – na região de Kagera, no qual foram notificados um total de nove casos (oito confirmados e um provável) e seis mortes, com uma taxa de letalidade de 67%.
Em África, acrescenta a OMS, foram notificados surtos anteriores e casos esporádicos em Angola, na República Democrática do Congo, no Gana, no Quénia, na Guiné Equatorial, no Ruanda, na África do Sul e no Uganda.
A doença do vírus de Marburgo, altamente virulenta e causadora de febre hemorrágica, pertence à mesma família do vírus que causa a doença do vírus Ébola, e começa de forma repentina, com febre alta, dores de cabeça fortes e mal-estar grave.
Este vírus é transmitido às pessoas pelos morcegos da fruta e propaga-se entre os seres humanos através do contacto direto com os fluidos corporais de pessoas, superfícies e materiais infetados.
Não existe nenhum tratamento ou vacina autorizados para o tratamento ou prevenção eficazes da doença, mas o tratamento e os cuidados de apoio atempados melhoram a sobrevivência, lê-se ainda no comunicado da OMS.
LUSA/HN
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