Anemia em Portugal: AWGP Defende PBM para Reduzir Transfusões e Custos

13 de Fevereiro 2025

A Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia recomenda a implementação urgente de programas de Gestão de Sangue do Doente, visando reduzir transfusões em 50%, internamentos em 25% e poupanças até 87,7 milhões de euros, combatendo a escassez de recursos no SNS.

A Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia (AWGP), entidade científica sem fins lucrativos, emitiu recomendações urgentes para a implementação generalizada de programas de Patient Blood Management (PBM) em Portugal. A estratégia, já apoiada por diretrizes internacionais e nacionais desde 2010, visa otimizar o uso do sangue do próprio doente, reduzindo a dependência de transfusões e melhorando resultados clínicos.

Segundo a AWGP, a anemia afeta 1 em cada 5 adultos portugueses, com 84% dos casos não diagnosticados. Em contexto cirúrgico, 75% dos doentes apresentam anemia pré-operatória, agravando riscos como infeções hospitalares, mortalidade e prolongamento de internamentos. O PBM, baseado em evidências científicas, poderia reduzir as transfusões em 50%, os internamentos em 25% e a morbilidade em 10%, além de economizar 87,7 milhões de euros anuais em custos diretos.

A associação alerta para o desconhecimento generalizado do PBM entre instituições de saúde e profissionais, incluindo os Conselhos de Administração das Unidades Locais de Saúde (ULS). A sensibilização destes órgãos é crítica, já que a adoção do PBM geraria poupanças adicionais de 68 milhões de euros/ano, além de cumprir uma “obrigação ética” de melhorar práticas clínicas.

Em paralelo, a AWGP destaca que a correção da anemia ferropénica (deficiência de ferro), primeira causa de anos de vida saudável perdidos em mulheres, é vital para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, face à escassez de recursos humanos e hospitalares.

PR/HN/MM

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