MOG e GAT unem esforços na luta contra o HPV: Apelo à vacinação e rastreio

5 de Março 2025

Associações MOG e GAT juntam-se para alertar sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce do HPV, apelando ao alargamento da vacinação e implementação de rastreios regulares.

No mês em que se assinala o Dia Internacional de Consciencialização sobre o HPV, a MOG (Movimento Oncológico Ginecológico) e o GAT (Grupo de Ativistas em Tratamento) uniram forças para sensibilizar a população portuguesa sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do Vírus do Papiloma Humano (HPV). Esta iniciativa conjunta visa reforçar a necessidade de alargar a vacinação e implementar rastreios regulares como ferramentas essenciais para combater as doenças associadas ao HPV e salvar vidas.

Portugal destaca-se como líder europeu na vacinação contra o HPV, com uma cobertura vacinal de 91% até aos 15 anos em 2023, superando significativamente a média de 64% da União Europeia. Apesar deste sucesso notável, as associações sublinham a importância de não negligenciar os grupos populacionais não abrangidos pelo Plano Nacional de Vacinação, mas que estão em risco e poderiam beneficiar da vacinação.

Cláudia Fraga, presidente da MOG, enfatiza a eficácia e segurança da vacina contra o HPV como ferramenta de prevenção primária. Ela apela ao alargamento da vacinação a todos os jovens, independentemente do género, para maximizar a proteção contra os tipos de HPV mais associados ao cancro. Além disso, Fraga destaca a crucial importância do rastreio regular através do teste de Papanicolau para a deteção precoce de lesões pré-cancerosas.

O GAT, representado pelo seu Diretor Geral Luís Mendão, chama a atenção para a necessidade de proteger grupos populacionais mais vulneráveis, como pessoas com VIH e outras doenças associadas. Mendão defende uma agenda de vacinação mais abrangente e um aumento no número de vacinas gratuitas e comparticipações do Estado para estes grupos de risco.

O HPV é uma infeção sexualmente transmissível extremamente comum, afetando entre 85% a 90% das pessoas sexualmente ativas em algum momento das suas vidas. Embora muitas infeções sejam assintomáticas e desapareçam espontaneamente, algumas podem persistir e levar ao desenvolvimento de lesões pré-cancerosas e, eventualmente, cancro.

Este vírus é responsável por uma percentagem significativa de vários tipos de cancro, incluindo 95% dos cancros do colo do útero, 91% dos cancros do ânus, e percentagens elevadas de cancros da vagina, orofaringe, vulva e pénis. A transmissão ocorre principalmente através da atividade sexual, incluindo qualquer contacto íntimo pele a pele.

As associações alertam que, embora o preservativo seja recomendado e reduza a probabilidade de transmissão, não oferece proteção total contra o HPV. Por isso, a vacinação e o rastreio regular são fundamentais na luta contra esta infeção e suas potenciais consequências graves.

Esta iniciativa conjunta da MOG e do GAT representa um passo importante na consciencialização sobre o HPV em Portugal, reforçando a necessidade de uma abordagem abrangente que inclua vacinação alargada, rastreios regulares e informação adequada para toda a população.

PR/HN/MM

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Mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de Lisboa.
Centro de Investigação em Saúde Pública (CISP), Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de Lisboa.

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