A DGS advertiu que comparações de valores absolutos de mortalidade entre diferentes períodos devem ser feitas com exatidão, uma vez que não permitem conclusões precisas sobre aumentos ou reduções. A análise deve focar no excesso de mortalidade, que é a diferença entre o número de mortes observadas e o número esperado, ajustado com base em dados dos anos anteriores e considerando a evolução demográfica, especialmente o envelhecimento da população.
Em Portugal, com uma população envelhecida, é previsível que o número de óbitos aumente ao longo do tempo. Portanto, comparar números brutos de mortes entre anos sem levar em conta esses fatores pode resultar em interpretações erradas. A DGS também destacou que a mortalidade em um determinado período é influenciada por fenómenos sazonais, como epidemias e condições ambientais.
A análise da época de inverno de 2024/2025 revelou um menor excesso de mortalidade em comparação com a anterior. O inverno de 2023/2024 registou um excesso de 3.302 óbitos, o que representa um aumento de 26% em relação ao esperado, enquanto o inverno de 2024/2025 teve um excesso de 1.206 óbitos, correspondendo a um aumento de 12% face ao esperado.
Além disso, uma comparação direta por grupos etários confirma uma redução na mortalidade, mesmo considerando os valores absolutos. Nas faixas etárias de 75 a 84 anos, os óbitos foram de 12.718 no inverno de 2023/2024 e de 11.141 no inverno de 2024/2025. Para os indivíduos com 85 anos ou mais, o número de óbitos desceu de 21.045 para 19.439 no mesmo período.
A DGS continuará a monitorizar a evolução da mortalidade em Portugal e a partilhar informações relevantes para a monitorização da situação de saúde pública.
DGS/HN
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