Todos os anos, milhares de recém-nascidos perdem a vida nas primeiras semanas devido a causas preveníveis. Em Portugal, dos 83.671 bebés nascidos em 2022, 7,4% eram prematuros, grupo particularmente vulnerável a complicações graves como a Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR). Só em 2024, registaram-se 255 mortes de crianças com menos de um ano, segundo dados do INE.
A SDR, também conhecida como Doença da Membrana Hialina, permanece uma das principais ameaças à sobrevivência dos bebés prematuros. Estima-se que cerca de 400 mil recém-nascidos sejam internados anualmente em unidades de cuidados intensivos neonatais na Europa, com os prematuros e bebés de baixo peso a enfrentarem maiores riscos. A doença afeta 29% dos prematuros admitidos nestas unidades e quase todos os bebés nascidos às 24 semanas de gestação. As consequências da SDR podem ser graves e prolongadas, incluindo doenças pulmonares crónicas, como a Displasia Broncopulmonar (DBP), e até lesões cerebrais com impacto cognitivo e motor.
Para enfrentar estes desafios, o EIT Health InnoStars, com o apoio do Grupo Chiesi, lança a segunda edição do programa InnoStars Connect. A iniciativa desafia investigadores, startups, hospitais, universidades e PME a apresentar, até 30 de maio, soluções inovadoras que possam transformar os cuidados neonatais e maternos, com especial foco na SDR e na DBP.
As equipas selecionadas terão acesso à maior rede europeia de inovação em saúde, orientação especializada e financiamento de 10 mil euros, repartidos entre desenvolvimento, deslocações e formação. Dez equipas serão escolhidas para co-desenvolver e testar as suas ideias com o Grupo Chiesi, tendo oportunidade de apresentar as soluções na final europeia do programa.
O desafio abrange várias áreas, desde o diagnóstico precoce com biomarcadores e inteligência artificial, à administração sustentável de medicamentos, terapias regenerativas e ferramentas digitais para monitorização remota. Também se procuram soluções para reforçar as unidades de cuidados intensivos neonatais, melhorar a nutrição dos bebés em risco e expandir o acesso a cuidados de qualidade em regiões desfavorecidas. O apoio às famílias e a promoção da ligação entre pais e bebés são igualmente prioridades.
Paralelamente, o programa inclui um desafio para a digitalização da programação hospitalar, em colaboração com a ULS de Coimbra, visando otimizar fluxos clínicos, reduzir atrasos e personalizar o agendamento de acordo com as necessidades dos doentes, recorrendo a sistemas inteligentes e inteligência artificial.
O EIT Health é uma rede europeia de inovação em saúde, apoiada pelo Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia, que já impulsionou mais de 2.500 startups e ajudou a captar 1,9 mil milhões de euros em investimentos. O Grupo Chiesi, biofarmacêutica internacional com 90 anos de experiência, reforça o compromisso de apoiar soluções inovadoras para melhorar a vida de milhões de mães e recém-nascidos.
PR/HN/MM
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