“Desde o final de 2022, procurámos desenvolver uma política de bem-estar e de saúde junto dos nossos colaboradores e da nossa comunidade e temos tido vários projetos, uns dirigidos mais aos estudantes e outros dirigidos aos colaboradores”, explicou à agência Lusa a pró-presidente Carolina Henriques.
Em fevereiro, o Politécnico de Leiria apostou no projeto “Biodanza na Academia” para os seus profissionais: “É um sistema de integração e de desenvolvimento humano, que procura que as pessoas se sintam bem através da música, que se encontrem, que se relacionem uns com os outros”.
As sessões realizam-se dentro do horário laboral e a participação é voluntária. As 20 vagas ficaram preenchidas com trabalhadores das cinco escolas do Politécnico de Leiria.
Carolina Henriques considerou que este projeto permite uma interação entre colegas, que poderia não acontecer no dia a dia.
“Temos mais de 1.500 colaboradores e, muitas vezes, não nos conhecemos. Através destes projetos, é uma forma de nos conhecermos melhor e de estarmos melhor local de trabalho”.
Os resultados começam a surgir meses depois da prática. A pró-presidente exemplificou com trabalhadores que “melhoram a sua mobilidade, sentem-se melhor e estão mais felizes”.
“As pessoas saem das sessões com uma energia muito diferente e temos os seus testemunhos que refletem isso. Dizem que a semana corre de maneira diferente”.
Lina Rosário, funcionária que aderiu à biodanza, adiantou à Lusa que o “Politécnico de Leiria tem uma constante preocupação com o bem-estar físico e mental dos seus colaboradores”.
“A biodanza foi uma surpresa, porque não é só uma prática de bem-estar, mas também uma proposta muito educativa no seu todo, que reconhece o ser humano na sua totalidade”, destacou.
A trabalhadora enumerou que esta prática trabalha a “emoção, o pensamento, a relação e a interação com os diversos colegas de outras escolas”.
“Há um bem-estar comum. Naquele momento, esquecemo-nos do nosso trabalho e deixamos os problemas de lado”, constatou Lina Rosário, ao referir que esta é uma mais-valia, num dia a dia de loucura.
“A biodanza desempenha um papel até, de certa forma, transformador”, assumiu, reconhecendo que o momento de partilha com o outro também reduz o ‘stress’ e a ansiedade.
“Acaba por nos deixar muito mais relaxados e aumenta um pouco o nosso sentimento de pertença e de uma certa autorregulação emocional. Hoje, privilegia-se muito a questão do ‘online’ e aqui temos o contacto com outro”, destacou.
As facilitadoras da Escola de Biodanza SRT do Algarve, Alexandra Lopes e Patrícia Anzini, confessam que as “sessões promovem momentos de partilha, expressão e conexão, convidando para um maior bem-estar, harmonia interna e consciência da sua relação consigo, com o outro e com o todo”.
Segundo explicaram à Lusa, estas aulas inserem-se num projeto de investigação que envolvem outras universidades, sendo apoiado pela Escola de Biodanza SRT do Algarve.
“Os ‘outputs’ recolhidos ao longo destas sessões por parte dos participantes e do Politécnico de Leiria serão materiais para a elaboração de um estudo para avaliação dos efeitos e benefícios da prática de biodanza em contexto universitário”.
Alexandra Lopes e Patrícia Anzini garantem que os efeitos da prática de biodanza “podem ser observados ao nível da redução do stress e aumento da energia vital e da motivação”.
Promove também o desenvolvimento da “criatividade, de competências intrapessoais (autoconhecimento, gestão emocional, autonomia) e interpessoais (escuta, cooperação, flexibilidade, empatia), fortalecendo vínculos e relacionamentos mais afetivos”.
lusa/HN
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