As reuniões com os representantes dos trabalhadores decorrem no âmbito do processo de reestruturação da companhia, cuja primeira fase do plano está já concluída, segundo o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.
Hoje decorrem as reuniões com o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) e a Comissão de Trabalhadores, conforme confirmaram as entidades à Lusa.
Já na sexta-feira, será a vez dos sindicatos dos trabalhadores de terra conhecerem o que está previsto no plano de reestruturação, que tem que ser apresentado à Comissão Europeia até 10 de dezembro.
Do outro lado da mesa estarão o representante da administração e coordenador do plano de reestruturação, Miguel Malaquias, bem como Carlos Elavai, da consultora Boston Consulting Group (BCG), que está a elaborar o plano, e o diretor de Recursos Humanos da TAP, Pedro Ramos.
Na terça-feira, o Expresso noticiou que a Cunha Vaz e Associados tinha sido escolhida, no âmbito de uma consulta pública, para assessorar a TAP, tendo como missão principal neste momento o dossiê de reestruturação da companhia.
Contactado pela Lusa, António Cunha Vaz confirmou a escolha, mas adiantou que ainda não começaram a trabalhar com a companhia aérea, estando neste momento a aguardar um contacto por parte da TAP para se reunirem, o que acredita que aconteça “um destes dias”.
A Lusa contactou o Ministério das Infraestruturas sobre as razões que motivaram a contratação de uma empresa para fazer a assessoria da TAP, que tem gabinete de comunicação próprio, tendo a tutela respondido que “esse tipo de contratação faz parte da gestão executiva da TAP, não cabendo ao Governo pronunciar-se”.
Na semana passada, o ministro das Infraestruturas disse no parlamento que “a primeira fase” do plano de reestruturação da TAP “está feita” e que as negociações com os sindicatos iam arrancar “desde já”.
Pedro Nuno Santos, que era ouvido no parlamento, no âmbito da apreciação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), sublinhou que o plano de reestruturação “vai ser exigente” e “muito difícil”, porque de outra maneira os portugueses não iriam entender a injeção de dinheiros públicos que está a ser feita.
“Temos uma companhia aérea que está sobredimensionada para a realidade atual e temos de conseguir um processo restruturação que garanta que a companhia aérea vai ser viável e sustentável”, defendeu Pedro Nuno Santos.
“Não podemos manter artificialmente uma dimensão que não tem neste momento procura prevista”, acrescentou o ministro.
Perante os deputados, o ministro reafirmou ainda que a TAP vai necessitar de utilizar a totalidade dos 1.200 milhões de euros do empréstimo do Estado até ao final do ano.
Em 15 de outubro, Pedro Nuno Santos anunciou no parlamento que iriam sair 1.600 trabalhadores do grupo TAP até ao final do ano, tendo já saído 1.200 colaboradores.
Antes, o ministro das Infraestruturas e da Habitação já tinha afirmado que a TAP está a abandonar encomendas que já estavam feitas e a “negociar a devolução de alguns aviões”.
LUSA/HN
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