Estudo revela que Portugal ocupa o 32.º lugar no Índice Global de Inteligência Digital

11 de Dezembro 2020

Portugal ocupa o 32.º lugar entre 90 países no Índice Global de Inteligência Digital, mas é apenas o 82.º da lista no que diz respeito ao ritmo de digitalização da economia, informou esta sexta-feira a Mastercard.

O Índice Global de Inteligência Digital resulta de uma pareceria entre a empresa do setor de pagamentos e a The Fletcher School da Tufts University (Massachusetts, Estados Unidos) e demonstra o estado e ritmo de desenvolvimento digital de 90 economias em todo o mundo.

De acordo com uma nota enviada à agência Lusa, Portugal apresenta “bons resultados num conjunto alargado de domínios” e situa-se no quadrante de “países que desfrutam de um alto estado de avanço digital, apesar de exibirem um ritmo de desenvolvimento relativamente lento”.

“Ultrapassar estes patamares digitais exigirá um esforço consciente destas economias para se reinventarem, mas também uma aposta em tecnologia digital emergente na qual tenham liderança ou a eliminação dos obstáculos à inovação”, apontam a Mastercard e a The Fletcher School.

No que diz respeito ao desenvolvimento digital global, o 32.º lugar de Portugal no ‘ranking’ fica atrás de países como a Espanha (30.º), Eslovénia (29.º) e Lituânia (28.º), mas à frente de Itália (40.º) e Grécia (44.º), numa tabela liderada por Singapura, Estados Unidos, Hong Kong, Finlândia, Dinamarca, Suíça, Holanda, Noruega, Suécia e Islândia.

Entre os “bons resultados” apontados pelos autores do índice, Portugal surge em 13.º lugar na análise dos mecanismos que garantem a segurança, privacidade e prestação de contas associadas ao ecossistema, à frente de países como Estados Unidos, Austrália e Japão, mas atrás de outras economias europeias como Dinamarca, Suíça, Suécia, Holanda e Áustria.

No que se refere à experiência associada a quaisquer fricções no acesso, com infraestruturas ou interações, Portugal também se destaca no 20.º lugar, à frente da França (21.º), da Áustria (23.º), da Espanha (26.º), da Itália (28.º) e da Irlanda (29.º).

Já nas atitudes de confiança nas instituições, o país sobe cinco lugares, ocupando a 15.ª posição, à frente de países como Irlanda (17.ª) ou Reino Unido (26.ª), enquanto na lista que traça os esforços dos governos para tomar medidas que potenciam a digitalização, Portugal aparece em 25.º lugar.

O índice deste ano “traça um retrato da situação atual e ritmo de desenvolvimento digital global e apresenta uma análise aprofundada dos fatores-chave que definem o ritmo de desenvolvimento digital que impulsionam a mudança”, explica o comunicado, “bem como os impactos nas economias que enfrentam os desafios da pandemia global [de Covid-19] e respetivo futuro”.

Nesse sentido, economias digitais “mais dinâmicas”, como as de Estados Unidos, Coreia do Sul, Taiwan, Emirados Árabes Unidos e Alemanha conseguiram superar de forma significativa a taxa de crescimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) no segundo trimestre de 2020, mesmo tendo em consideração o confinamento global.

“Estes países têm um elevado número de talentos disponíveis, parcerias ativas ao nível de I&D [Investigação e Desenvolvimento] entre empresas e a academia e um histórico muito forte na criação e adoção de produtos digitais pelo mercado”, justifica o comunicado.

A nível de inovação, Singapura, Hong Kong e Estados Unidos lideram o índice, com a Irlanda a destacar-se entre as economias europeias, no 4.º lugar, à frente de Holanda (9.º), Suécia (11.º) e Alemanha (13.º).

A edição deste ano do índice focou-se em duas “componentes fundamentais” que são “o Desenvolvimento Digital” e a “Confiança no Digital”.

O Desenvolvimento Digital “define o momento histórico da passagem de uma economia do seu passado físico para o seu presente digital”, enquanto a Confiança no Digital é “a ponte que liga a passagem do presente digital para um futuro digital inteligente e inclusivo”.

A tabela de pontuação do Desenvolvimento Digital engloba “95% da população mundial com acesso à internet” e baseia-se em “12 anos de dados”, registando “160 indicadores em 90 economias” e quatro pilares fundamentais: “ambiente institucional, condições de procura, condições de oferta e capacidade de inovação e mudança”.

Já a tabela de pontuação de desempenho da Confiança no Digital regista 198 indicadores nos pilares do comportamento, atitudes, ambiente e experiência.

A The Fletcher School da Tufts University é uma escola norte-ameircana com pós-graduações em relações internacionais, cuja pedagogia e investigação estão orientadas para “identificar soluções para desafios prementes no mundo através de uma abordagem colaborativa e interdisciplinar”.

LUSA/HN

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