“O Sindicato dos Jornalistas considera que as medidas de apoio já aprovadas para o setor são insuficientes e considera que as que vierem a ser adotadas devem concentrar-se na preservação da capacidade jornalística dos meios de comunicação social e dos trabalhadores que a asseguram, os/as jornalistas”, pode ler-se na nota enviada às redações.
Em causa está o decreto aprovado na quinta-feira em conselho de ministros que estabelece um regime excecional e temporário de compra de espaço para publicidade institucional nos media, no valor de 15 milhões de euros, e que tinha sido anunciada em 17 de abril pelo Ministério da Cultura. Desse apoio, 75% do preço contratual será investido em órgãos de comunicação social de âmbito nacional e 25% em órgãos de âmbito regional e local.
Denunciando a ameaça à profissão pela crise sanitária e pela crise laboral, o organismo garantiu também estar vigilante em relação ao recurso de diversos órgãos de comunicação social ao ‘lay-off’ simplificado. Embora tenha reconhecido que este regime aprovado pelo Governo face ao novo coronavírus “possa ser a última solução”, o SJ vincou que tal decisão “resulta na diminuição efetiva da capacidade de produção jornalística”.
“O SJ estará atento aos ‘lay-off’ no setor, exigindo uma rigorosa aplicação da lei e das regras e fazendo tudo o que estiver ao seu alcance para impedir que uma medida de alívio temporária venha a servir de expediente às empresas para acentuarem a tendência de encurtar redações”, refere o comunicado do SJ, acrescentando: “Há anos que as redações se debatem com falta de jornalistas para fazerem melhor jornalismo e muito do trabalho realizado é feito em condições de precariedade laboral e financeira, que, neste contexto, se agravará”.
A propagação do novo coronavírus no país e no mundo tornou, segundo o SJ, o jornalismo “mais fundamental do que nunca” e, por isso, prestou homenagem aos jornalistas neste 1.º de maio pelo cumprimento da sua missão em tempo de pandemia.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 233 mil mortos e infetou mais de 3,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Cerca de 987 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.007 pessoas das 25.351 confirmadas como infetadas, e há 1.647 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
Lusa/HN
0 Comments