Segundo um comunicado da Fundação Champalimaud, o consórcio vai juntar equipas de investigadores de Portugal, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Irlanda, Arábia Saudita, Sudão e Estados Unidos, aliando a investigação clínica em cancro e em doenças infecciosas.
Além da Fundação Champalimaud, a parceria conta também com o UCL de Londres, o Instituto francês Gustave Roussy, o Centro de Medicina Experimental da Queen’s University de Belfast e o Centro de Doenças Infecciosas de Roma, entre outros.
Em comunicado, a fundação refere que pela primeira vez centros de cancro e de doenças infecciosas trabalham em conjunto em desenvolvimentos clínicos com o objetivo de mudar o rumo da covid-19.
A imunologia clínica encontra-se numa encruzilhada em que a investigação biológica e clinicamente relevante se cruza com a prática clínica nas doenças infecciosas e no cancro, embora muitas vezes não exista uma interface cruzada entre estas disciplinas.
A nota sublinha que as abordagens imunológicas na vacinação, na gestão clínica e na terapia biológica e celular do cancro e das doenças infecciosas têm vários aspetos em comum.
“Uma interface estruturada e aberta com troca de dados clínicos, desenvolvimento de estudos clínicos e conceitos de tratamento, beneficiará ambos os campos, a imunoterapia oncológica e as terapias direcionadas ao hospedeiro – nas quais a resposta imunitária do paciente é manipulada ativamente para alcançar um resultado mais favorável”, defende a fundação portuguesa.
O consórcio está aberto à adesão de outros participantes que subscrevam a partilha de conhecimentos de investigação especializada, bem como a promoção ativa de conceitos clínicos promissores estando previsto para breve uma página de web, onde será disponibilizada informação sobre projetos, organizações envolvidas e indicações sobre como outras entidades se podem juntar a esta iniciativa.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 250 mil mortos e infetou cerca de 3,6 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.074 pessoas das 25.702 confirmadas como infetadas, e há 1.743 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.
LUSA/HN
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