UTAD lança debate sobre as doenças dos animais transmissíveis ao homem

25 de Maio 2021

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) lança o debate sobre as zoonóticas, as doenças dos animais transmissíveis ao homem que ganharam destaque com a Covid-19, num congresso internacional que decorre em junho.

“O conhecimento desta forma de ver a saúde como uma saúde global, uma só saúde, é essencial para lutar contra esta pandemia que atravessamos e para daqui tirarmos lições para que possamos prever e mesmo lutar contra outras”, afirmou hoje à agência Lusa Isabel Pires, da comissão científica do congresso.

O evento realiza-se entre os dias 01 e 02 de junho, em Vila Real, decorre no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia (UE) e é subordinado ao tema “One Health: new insights and challenges of zoonotic diseases” (Uma só saúde: novos conhecimentos e desafios das doenças zoonóticas).

No congresso vão marcar presença a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, e o reitor da UTAD, Emídio Gomes.

Isabel Pires, também diretora do Departamento de Ciências Veterinárias da UTAD, acrescentou que “não há uma saúde animal, uma saúde ambiental e uma saúde humana, há sim uma só saúde e só visto neste contexto e vista a doença como um desequilíbrio nesta relação, é que se poder antecipar e lutar contra novas pandemias”.

“Qualquer alteração na relação entre estas três componentes: animal não humano, animal homem e ambiente pode traduzir-se no aparecimento de doenças que podem transformar-se em epidemias, pandemias e ter as consequências que se está a assistir em direto”, frisou.

Durante dois dias estarão em debate, segundo informou a UTAD, em comunicado, os “fatores que mudaram as interações entre pessoas, animais e meio ambiente, e que afetarão especificamente a investigação e controlo das doenças zoonóticas no futuro”.

Para isso, acrescentou, serão “abordados cinco tópicos” a começar pelas “mudanças climáticas, infeções emergentes e ameaças à biodiversidade”, depois a “sustentabilidade na produção animal – um desafio na perspetiva de uma só saúde, seguindo-se o “impacto das doenças zoonóticas epidémicas/pandémicas: questões-chave e lições a aprender”.

Depois serão também debatidas as “doenças emergentes da vida selvagem: ameaças à saúde animal, humana e ambiental” e, por fim, os “sistemas integrados de vigilância de doenças zoonóticas (em medicina humana e medicina veterinária).

O congresso conta com a participação de 17 oradores internacionais dedicados aos temas da saúde animal, zoonoses e saúde humana.

Segundo a organização, “o maior desafio no futuro é responder ao aparecimento de zoonoses no século XXI”.

“O que exige um maior reconhecimento da ligação entre a medicina humana e a medicina veterinária, bem como da eficácia de recursos limitados e finitos, tanto humanos como financeiros, mas, acima de tudo, a consciência de que a saúde humana e a saúde animal fazem parte de uma comunidade global e são indissociáveis”, acrescentou ainda o comunicado da UTAD.

A conferência decorrerá em formato híbrido, ou seja, ‘online’ e presencial, com um máximo de 120 participantes na aula magna da academia transmontana.

LUSA/HN

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