Pilotos reúnem-se hoje para debater despedimento coletivo

17 de Julho 2021

Os pilotos da TAP reúnem-se hoje em assembleia de empresa, convocada pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), para debater o despedimento coletivo anunciado de 35 profissionais e decidir se aceitam realizar voos em férias e folgas.

Numa convocatória enviada esta semana aos associados, a que a Lusa teve acesso, o sindicato explica que “a pedido expresso e urgente da direção do SPAC e tendo em conta a especial gravidade do momento laboral” que se atravessa, o presidente da mesa da assembleia-geral convocou a assembleia de empresa dos pilotos da TAP Air Portugal, “a reunir-se em sessão extraordinária”, pelas 10:00 de hoje, exclusivamente através de meios telemáticos.

A ordem de trabalhos da reunião conta com um primeiro ponto para “troca de informações sobre o processo de despedimento coletivo de 35 pilotos” e um segundo que se debruçará sobre uma deliberação para “aceitação/não aceitação de voos em folga/férias”, segundo a missiva.

“A assembleia terá início à hora marcada, desde que se encontrem presentes, mais do que um quarto do número de associados, ou meia hora depois, com qualquer número de associados”, indicou o SPAC.

Esta segunda-feira, o SPAC apelou para que os associados não realizem voos em folga e férias e não “aceitem qualquer atividade que não esteja planeada”, para combater o despedimento coletivo na TAP.

Numa carta, a que a Lusa teve acesso, os pilotos voltaram a contestar este processo, que envolve 35 profissionais, referindo que os “fundamentos são ilegais, incompreensíveis e sem justificação”.

“Apelamos a todos os pilotos que, enquanto pairar esta ameaça de despedimento coletivo, não realizem voos em folga e férias e não aceitem qualquer atividade que não esteja planeada. Não contribuam para despedir os vossos colegas”, salienta o SPAC.

“A TAP entende que não precisa desses 35 pilotos para realizar a operação. Porém, o que se verifica é que a TAP, apesar de ter um número de pilotos que considera excessivo, recorre ao trabalho em férias e folgas para resolver os problemas de planeamento”, disse o sindicato.

O processo de despedimento coletivo de 124 colaboradores iniciado em 07 de julho pela TAP abrange 35 pilotos, 28 tripulantes de cabina, 38 trabalhadores da manutenção e engenharia e 23 funcionários da sede, segundo uma mensagem enviada pela administração aos trabalhadores.

Na mensagem interna, a que a agência Lusa teve acesso, a presidente executiva (CEO) da TAP, Christine Ourmières-Widener, destacou que este número representa “uma redução de menos 94% face ao número inicial previsto e exigido pelo plano” de reestruturação da companhia, que ascendia a 2.000 trabalhadores, tendo essa redução sido conseguida através da adesão a medidas voluntárias, como acordos temporários de emergência com os sindicatos, rescisões por mútuo acordo e integrações na Portugália.

Segundo referiu, tal permitiu que “o número de trabalhadores elegível para rescisão unilateral fosse reduzido para 124”, assim distribuídos pelos principais grupos profissionais da TAP: 35 pilotos (face ao número inicial de 458), 28 tripulantes de cabina, contra os inicialmente previstos 747, 38 trabalhadores da ME [Manutenção e Engenharia] Portugal (relativamente ao número inicial de 450) e 23 trabalhadores da sede (face aos iniciais 300).

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Consórcio português quer produzir terapias inovadoras com células CAR-T

Um consórcio português que junta clínicos, investigadores e académicos quer desenvolver capacidade nacional para produzir terapias inovadoras com células CAR-T, uma forma avançada de imunoterapia que tem demonstrado taxas de sucesso em certos cancros do sangue, foi hoje divulgado.

Consumo de droga em Lisboa aumentou e de forma desorganizada

Uma técnica de uma organização não-governamental (ONG), que presta assistência a toxicodependentes, considerou hoje que o consumo na cidade de Lisboa está a aumentar e de forma desorganizada, com situações de recaída de pessoas que já tinham alguma estabilidade.

Moçambique regista cerca de 25 mil casos de cancro anualmente

Moçambique regista anualmente cerca de 25 mil casos de diferentes tipos de cancro, dos quais 17 mil resultam em óbitos, estimaram hoje as autoridades de saúde, apontando a falta de profissionais qualificados como principal dificuldade.

Ana Povo e Francisco Nuno Rocha Gonçalves: secretários de estados da saúde

O XXV Governo Constitucional de Portugal, liderado pelo Primeiro-Ministro Luís Montenegro, anunciou a recondução de Ana Margarida Pinheiro Povo como Secretária de Estado da Saúde. Esta decisão reflete uma aposta na continuidade das políticas de saúde implementadas no mandato anterior.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights