“Nós recebemos até agora 66 pessoas e hoje chegará um grupo próximo de 20 pessoas. E, portanto, ficaremos já com um número significativo”, disse a ministra, na Guarda.
A governante falava aos jornalistas à margem da sessão pública de assinatura do contrato de financiamento da Nova Geração de Equipamentos e Respostas Sociais, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, entre o Instituto da Segurança Social e a Estrutura de Missão Recuperar Portugal, que também contou com a participação da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e da secretária de Estado da Ação Social, Rita Mendes.
Segundo a governante, os cidadãos afegãos que chegaram a Portugal estão concentrados em dois centros e, seguirão, posteriormente para acolhimento.
“Nós temos, neste momento, uma situação de emergência, é preciso aguardar que as pessoas cheguem para que possamos completar os seus perfis. Elas estão, neste momento, em dois centros de forma mais centralizada, para depois seguirem para soluções de acolhimento mais estáveis. É esse o trabalho que está a ser feito”, explicou.
Mariana Vieira da Silva contou que as pessoas “vinham cansadas”, porque “foram dias muito difíceis até à saída do Afeganistão”.
“[Agora ] é o momento de as acolher… de lhes dar um quadro de estabilidade e de paz, para podermos prosseguir com o acolhimento que já deve ser dirigido em função das suas características (…) para procurarmos encontrar a melhor forma de as acolher em Portugal”, prosseguiu.
Muitas Câmaras Municipais, instituições do setor social, organizações da sociedade civil e também muitas famílias disponibilizaram-se “não apenas a acolher, mas também a contribuir para que o acolhimento seja mais bem sucedido.
“Isso é um excelente sinal que o nosso país dá neste momento difícil e, agora, é tempo de por mãos à obra nesse acolhimento”, admitiu a ministra da Presidência.
Os refugiados poderão ser distribuídos pelas várias respostas encontradas no território, de acordo com os perfis de cada um, e a saída dos centros de acolhimento está dependente das entrevistas e da “avaliação de situação”.
“Mas nós temos condições para rapidamente iniciar esse processo. Não significa que ele seja feito ao mesmo tempo para todas as pessoas. O importante é criarmos boas condições de acolhimento e de integração e é nisso que estamos a trabalhar”, garantiu.
Ainda de acordo com a ministra, há a perspetiva de Portugal receber mais cidadãos refugiados do Afeganistão que trabalharam quer nos programas da União da União Europeia quer da NATO e também através de organizações que estão no território e dos parceiros internacionais.
“Neste momento, nós temos capacidade de acolher mais de 400 pessoas. Agora, sabemos que o ponto mais difícil, neste momento, não é o acolhimento, é o que se passa no terreno, no Afeganistão. E, portanto, é daí que podem surgir mais limitações. Vamos continuar a acompanhar, disponíveis para acolher, para integrar, em conjunto com toda a sociedade”, disse.
Segundo os últimos números, cerca de 114 mil pessoas foram retiradas de Cabul, desde a tomada da cidade pelos talibãs, em cerca de 2.900 em voos militares ou da coligação internacional.
LUSA/HN
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