Cerca de cinco mil ovinos no Alentejo detetados com vírus da língua azul

3 de Setembro 2021

Cerca de cinco mil ovinos contraíram o vírus da língua azul no Alentejo, tendo perto de 40 explorações pecuárias declarado casos suspeitos, nos distritos de Beja e Évora, revelou esta sexta-feira fonte do Ministério da Agricultura.

A mesma fonte explicou à agência Lusa que está “em curso” uma investigação sobre esta situação e que as explorações pecuárias que declaram casos suspeitos situam-se nos concelhos de Serpa, Moura, Barrancos, Mértola, Beja, Portel e Évora.

Nos concelhos de Évora e Portel, até ao momento, as suspeitas não foram “confirmadas laboratorialmente”, acrescentou a mesma fonte, realçando que esta doença animal “não é transmissível” a humanos.

Esta deteção de casos de língua azul em ovinos já levou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) a emitir um comunicado, na terça-feira, em que declara o Alentejo como “área adicional de restrição para o serótipo 4” do vírus.

Com esta declaração pela DGAV, o Alentejo junta-se à região do Algarve, que já estava “sujeita a restrições por serótipo 1 e por serótipo 4 do vírus da língua azul”.

Nesta nota, publicada na página de Internet da DGAV e consultada pela Lusa, o organismo explica que a restrição no Alentejo deve-se à “deteção de resultados positivos ao serótipo 4 [do vírus da língua azul] no concelho de Serpa, em agosto”.

Está estabelecida uma área de vacinação obrigatória para os serótipos 1 e 4 que abrange toda a região do Algarve, enquanto todo o Alentejo faz parte de outra área de vacinação obrigatória dos animais para o serótipo 4.

“A vacinação obrigatória do efetivo ovino reprodutor adulto e dos jovens destinados à reprodução tem sido a medida mais eficaz para controlar a doença, aconselhando-se ainda a vacinação dos restantes animais das espécies sensíveis”, é referido também num edital recente da DGAV.

Quanto às restantes regiões do território nacional “constituem zonas livres de língua azul”, acrescenta a DGAV.

A língua azul ou febre catarral ovina é uma doença epizoótica de etiologia viral que afeta os ruminantes, com transmissão vetorial, incluída na lista de doenças de declaração obrigatória nacional e europeia e na listada Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Ronaldo Sousa: “a metáfora da invasão biológica é uma arma contra os migrantes”

Em entrevista exclusiva ao Health News, o Professor Ronaldo Sousa, especialista em invasões biológicas da Universidade do Minho, alerta para os riscos de comparar migrações humanas com invasões biológicas. Ele destaca como essa retórica pode reforçar narrativas xenófobas e distorcer a perceção pública sobre migrantes, enfatizando a necessidade de uma abordagem interdisciplinar para políticas migratórias mais éticas

OMS alcança acordo de princípio sobre tratado pandémico

Os delegados dos Estados membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) chegaram este sábado, em Genebra, a um acordo de princípio sobre um texto destinado a reforçar a preparação e a resposta global a futuras pandemias.

Prémio Inovação em Saúde: IA na Sustentabilidade

Já estão abertas as candidaturas à 2.ª edição do Prémio “Inovação em Saúde: Todos pela Sustentabilidade”. Com foco na Inteligência Artificial aplicada à saúde, o concurso decorre até 30 de junho e inclui uma novidade: a participação de estudantes do ensino superior.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights