Covid-19: Rússia espera aumento “significativo” da mortalidade em maio

22 de Maio 2020

As autoridades russas disseram hoje esperar um “aumento significativo” da mortalidade ligada ao novo coronavírus no mês de maio no país, o segundo mais afetado no mundo pela pandemia em número de casos.

“A nossa análise e a curva de desenvolvimento da epidemia na Rússia (…) indicam que se registará em maio um aumento significativo dos indicadores de mortalidade”, declarou a vice-primeiro-ministra russa, Tatiana Golikova, numa reunião governamental por videoconferência na presença de Vladimir Putin.

Em comparação com a Europa ocidental e os Estados Unidos, a mortalidade atribuída diretamente ao coronavírus continua relativamente baixa na Rússia, com 3.249 mortos em mais de 326.000 casos de infeção.

Mas a Rússia apenas regista no balanço oficial as mortes cuja primeira causa é o coronavírus, após autópsia, enquanto outros países incluem a quase totalidade das mortes dos doentes com teste positivo.

Críticos consideram assim que a Rússia subestima deliberadamente o número de mortos, mas que os números da mortalidade geral e de um possível aumento da mortalidade darão uma melhor ideia do balanço das vítimas mortais da epidemia.

Segundo Tatiana Golikova, a Rússia determina a causa de morte dos seus cidadãos “de acordo com os requisitos internacionais determinados pela Organização Mundial da Saúde”.

“Nunca escondemos a situação da mortalidade na Rússia”, assegurou.

Golikova considerou que a Rússia, um iniciou um final de confinamento prudente a 12 de maio, passou “para uma fase de estabilização” da epidemia e que o seu sistema de saúde “resistiu à prova” do coronavírus.

A governante disse congratular-se com a desaceleração observada nos últimos dias, adiantando que o aumento do número de casos diminuiu 22,5% em 10 dias. Assinalou, no entanto, que ainda há “muito trabalho a fazer”.

O número de novos infetados tem ficado abaixo dos 9.000 há vários dias, mas há zonas que continuam com dificuldades como Moscovo, epicentro da pandemia no país, ou a pequena república caucasiana do Daguestão, onde a “catastrófica” situação sanitária forçou a intervenção das autoridades centrais.

O presidente da câmara de Moscovo, Serguei Sobianine, considerou hoje que de momento o confinamento rigoroso deve manter-se na capital russa.

A pandemia de covid-19 – transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro em Wuhan (China) – já provocou quase 330.000 mortos e infetou mais de 5,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço da agência France-Presse.

 

AFP/HN

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