FMUP quer melhorar rastreio da Hiperatividade e Défice de Atenção em Adultos

23 de Abril 2024

 Uma equipa de investigação da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) está a trabalhar numa ferramenta que pretende melhorar o rastreio da Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) nos adultos portugueses, foi esta terça-feira divulgado.

“Atualmente não existe nenhuma escala de PHDA validada para a população portuguesa que esteja de acordo com os atuais critérios de diagnóstico e permita a sua utilização para rastreio em contexto comunitário. Esta ferramenta poderá ser particularmente útil no contexto de cuidados de saúde primários, contribuindo para melhorar a prestação de cuidados”, explica Sofia Baptista, professora da FMUP, citada em comunicado.

No texto enviado à agência Lusa, a equipa diz esperar que a ferramenta seja disponibilizada “em breve”.

Trata-se de um projeto que “deverá validar a utilização de uma escala curta e de fácil preenchimento (cerca de cinco minutos) capaz de detetar a maioria das situações de Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção na população em geral”, descreve.

A escala de seis itens da Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstrou a sua capacidade noutros contextos, mas ainda não foi validada em Portugal.

Frequentemente com início na infância, “a Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que pode persistir na idade adulta, associando-se a outros problemas de saúde mental e dificuldades laborais”.

“O diagnóstico de PHDA no adulto pode ser particularmente desafiante. Muitas vezes a PHDA não é diagnosticada nem tratada, embora exista tratamento eficaz. Muitos pacientes não recebem tratamento e acompanhamento adequados e, por consequência, não atingem o seu potencial completo”, refere a docente.

As estimativas indicam que cerca de três em cada 100 adultos têm PHDA, que se pode caracterizar por sintomas como dificuldade na atenção, impulsividade ou dificuldade em ficar quieto.

Quando não é diagnosticada nem tratada apropriadamente, esta perturbação pode ter, por isso, “um impacto significativo na vida adulta, em termos pessoais, sociais e profissionais”.

O projeto da FMUP foi contemplado com uma bolsa de apoio à investigação APMGF – Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar | AICIB – Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica 2004, no valor de 3.000 euros, atribuída no âmbito do 41.º encontro nacional da APMGF, que se realizou em abril, no Algarve.

Além de Sofia Baptista, são autores deste projeto Rafaela Silva, estudante da FMUP, Andreia Teixeira e Paulo Santos, da FMUP e CINTESIS@RISE, e ainda Gustavo Jesus, diretor do serviço de Psiquiatria do Hospital de Vila Franca de Xira.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

68% dos doentes não têm a asma controlada

Muito prevalente, subdiagnosticada e mal controlada, a asma ainda pode ser causa de morte no nosso país. Para aumentar a literacia sobre esta doença, o GRESP, a SPAIC e a SPP, embarcam no Autocarro da Asma para esclarecer a comunidade

Ordem firme na necessidade de se resolver pontos em aberto nas carreiras dos enfermeiros

O Presidente da Secção Regional da Região Autónoma dos Açores da Ordem dos Enfermeiros (SRRAAOE), Pedro Soares, foi convidado a reunir esta sexta-feira na Direção Regional da Saúde, no Solar dos Remédios, em Angra do Heroísmo. Esta reunião contou com a presença de representantes dos sindicatos e teve como ponto de partida a necessidade de ultimar os processos de reposicionamento que ainda não se encontram concluídos, firmando-se a expetativa de que tal venha a acontecer até ao final deste ano.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights