Rio defende que só 14 de 1.867 reclusos foram libertados devido ao vírus

29 de Abril 2020

Lisboa, 28 abr 2020 (Lusa) - O presidente do PSD, Rui Rio, voltou hoje a criticar o regime excecional de libertação de presos, considerando que apenas 14 foram libertados "verdadeiramente" devido à covid-19, e reiterou que esta medida "não faz sentido nenhum".

Lisboa, 28 abr 2020 (Lusa) – O presidente do PSD, Rui Rio, voltou hoje a criticar o regime excecional de libertação de presos, considerando que apenas 14 foram libertados “verdadeiramente” devido à covid-19, e reiterou que esta medida “não faz sentido nenhum”.

“Foram soltos 1.867 reclusos: 1.179 porque lhes faltavam menos de 2 anos para cumprir a pena. 674 por saída precária extraordinária. E 14 indultados por terem mais de 65 anos e problemas de saúde. Só estes 14 é que saíram verdadeiramente por causa do vírus. Não faz sentido nenhum”, escreveu Rio na sua conta oficial da rede social Twitter.

Estes números foram hoje avançados à Lusa pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e referem-se a dados entre 11 e 27 de abril.

O regime excecional de flexibilização da execução de penas e indultos a presos devido à covid-19 foi aprovado em 08 de abril na Assembleia da República com votos contra de PSD, CDS-PP, Iniciativa Liberal e Chega, com o PAN a abster-se.

Nessa ocasião, Rio justificou o voto contra por o partido recusar perdões de penas devido à pandemia.

“Somos frontalmente contra que, por causa do vírus, haja perdões de pena. Deve haver pessoas que saem da cadeia neste momento? Sim, mas não para a liberdade, não para o meio da rua, para prisão domiciliária. Que pessoas? As que têm risco agravado de contrair covid-19, como os idosos e aqueles que tenham patologias de risco”, defendeu então o presidente e líder parlamentar do PSD.

O PSD apresentou propostas de alteração ao diploma, mas foram todas rejeitadas.

Os sociais-democratas defendiam que o regime excecional de prisão domiciliária se aplicaria apenas aos reclusos com idade igual ou superior a 60 anos, aos que tivessem patologias que as autoridades de saúde classifiquem de maior risco (como imunodeprimidos ou doentes oncológicos) e ainda a grávidas ou mulheres acompanhadas por filho menor de três anos de idade.

Deste regime ficariam excluídos os condenados por homicídios, violações, violência doméstica e maus tratos ou quaisquer outros crimes cuja permanência na residência pudesse aumentar o risco de reincidência.

Este não é o primeiro ?tweet’ de Rui Rio sobre o tema, naquela que foi, até agora, a maior divergência entre PSD e Governo nas medidas tomadas pelo executivo no âmbito da pandemia de covid-19.

“O Covid-19 não é razão para perdoar penas e soltar delinquentes. Ele justifica que vão para prisão domiciliária os que têm mais de 60 anos e os que têm patologias de risco. Ultrapassado o risco, devem regressar aonde estavam para cumprir o tempo que faltar. É isto que eu defendo”, escreveu o líder do PSD, em 07 de abril.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 212 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Em Portugal, morreram 948 pessoas das 24.322 confirmadas como infetadas, e há 1.389 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Lusa/HN

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