Médicos e FCT NOVA desenvolvem “armadura” de proteção para profissionais de saúde

5 de Maio 2020

O novo equipamento nasceu por iniciativa do médico Miguel Onofre Domingues, que, apesar da sua larga experiência em cenários de guerra, afirmou “nunca me senti tão desprotegido como agora”, por falta de equipamento adequado de proteção

Acaba de ser apresentada mais uma solução desenvolvida no seio do movimento #ProjectOpenAir. Trata-se de um equipamento integral de proteção de profissionais de saúde, 100% português, que foi concebido por uma equipa de voluntários, em parceria com a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e com o Latino Group, que se designa por Front Line Medic Protection.
Em comunicado enviado Às redações, os responsáveis do projeto explicam que este nasceu por iniciativa do médico Miguel Onofre Domingues, que, apesar da sua larga experiência em cenários de guerra, afirmou “nunca me senti tão desprotegido como agora”, por falta de equipamento adequado de proteção no meio hospitalar.

Um sentimento relatado por profissionais de saúde em todo o mundo e que contribuiu para numerosas baixas nesta primeira linha de combate, em diversos países.

De acordo com o professor André Dionísio Rocha, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNL e um dos mentores do projeto, o fato integral funciona como uma armadura contra o COVID-19 e pode ser reutilizado, com lavagens regulares, tal como estabelece a certificação que lhe foi atribuída pelo CITEVE, que atesta que este fato suporta 25 lavagens sem perder propriedades.
Para além do fato completo de corpo inteiro com proteção de pescoço, ombros e capucho, o kit é composto por uma touca, óculos de proteção, viseira, avental, luvas de cano alto até ao cotovelo e cobre botas. Este kit pode ser adaptado às necessidades e protocolos estabelecidos em cada unidade hospitalar.

Uma inovação que representa uma vantagem face aos equipamentos descartáveis que se encontram atualmente em uso, por garantir uma redução da produção de resíduos e também por reduzir as necessidades de investimento do Serviço Nacional de Saúde.

No projeto estão envolvidas três empresas portuguesas, a Latino Group, a Science4you e a Culto da Imagem, que estão já preparadas para produzir as diferentes peças do kit, de acordo com as normas estabelecidas pela DGS para a prevenção e controlo de infeção, relativas ao equipamento de proteção individual. Um contributo para o qual foi fundamental o envolvimento da COTEC.

Recorde-se que em cerca de um mês o #ProjectOpenAir contribuiu para o desenvolvimento de um ventilador de código aberto, de baixo custo, e também esteve na origem na criação da plataforma Vent2Life, que pretende recuperar equipamentos médicos inoperacionais.

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