De acordo com um comunicado enviado à agência Lusa pela FCMP – Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal e a APCAA – Associação de Parques de Campismo do Alentejo e Algarve, está a decorrer “uma adaptação física e formativa nos locais”, pelo que “não deverá ser possível uma reabertura imediata”.
Os parques de campismo e caravanismo, bem como as áreas de serviço de autocaravanas, podem reabrir na segunda-feira, com uma lotação máxima de dois terços da sua capacidade total, como anunciou na sexta-feira o Governo.
A medida foi aprovada em Conselho de Ministros, no âmbito da nova fase de desconfinamento que se inicia na segunda-feira, no contexto da pandemia de covid-19.
No entanto, tanto a FCMP como a APCAA indicam hoje que a abertura só deverá acontecer daqui a uma semana, “em virtude das diferentes realidades existentes no território nacional e dos condicionalismos agora impostos”, para a “requalificação dos espaços de utilização comum, adotando os novos mecanismos de controlo de entradas necessários e da aplicação de todas as regras de segurança”.
No comunicado, as duas entidades indicam que elaboraram um guia de boas práticas para os parques de campismo, baseado nas recomendações da Direção-Geral de Saúde, “o qual está a aguardar aprovação desta entidade, com vista a esclarecer e normalizar os procedimentos de segurança a observar durante esta nova fase de desconfinamento”.
Avançam ainda que, como forma de “reforçar a confiança na utilização dos parques de campismo e áreas de serviço para autocaravanas”, o Turismo de Portugal, vai disponibilizar a atribuição do selo “Clean & Safe”, através do Registo Nacional de Empreendimentos Turísticos, para os parques de campismo, ou através da plataforma FCMP para as áreas de serviço para autocaravanas.
Esta certificação, “exige a implementação de um protocolo interno que assegure as medidas de higienização e distanciamento social de combate aos riscos de contágio do Covid-19, garantindo assim as melhores condições de segurança para o funcionamento” destes serviços.
A FCMP e a APCAA apelam aos utentes que aguardem pelas informações dadas por cada entidade, quanto à data da sua reabertura, “para que esta ocorra da melhor forma possível, garantindo que não haverá motivos para um recuo no combate à pandemia que deve ser feito por todos e para todos”.
Na sexta-feira, em comunicado, o Ministério da Economia avançou que ao selo “Clean & Safe” aderiram já mais de 4.000 empresas do setor turístico.
O selo, que é 100% digital, gratuito e válido até 30 de abril de 2021, exige a implementação de um protocolo interno que, de acordo com as recomendações da Direção-Geral da Saúde, deve assegurar o distanciamento social e a higienização necessária para evitar riscos de contágio e garantir os procedimentos seguros para o funcionamento das atividades turísticas.
No âmbito da declaração do estado de emergência em Portugal, para combater a pandemia de covid-19, o Governo tinha definido até 27 de março o prazo para os utentes saírem dos parques de campismo e de caravanismo, enquanto os residentes a título permanente nestes estabelecimentos turísticos puderam neles permanecer para assegurar a resposta à necessidade habitacional.
Na altura, a secretária de Estado Rita Marques referiu à Lusa que o encerramento dos parques de campismo e de caravanismo estava a decorrer “de forma ordeira e tranquila”, sublinhando o regresso dos turistas estrangeiros aos países de origem.
A segunda fase de desconfinamento começa na segunda-feira, mantendo-se o dever cívico de recolhimento e com uma prorrogação do estado de calamidade pública.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 307 mil mortos e infetou mais de 4,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,6 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.203 pessoas das 28.810 confirmadas como infetadas, e há 3.822 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou agora a ser o que tem mais casos confirmados (cerca de 2 milhões contra 1,8 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (mais de 118 mil contra mais de 164 mil).
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.
LUSA/HN
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