Em comunicado, o Instituto de Apoio à Criança (IAC) refere que os quase 300 pedidos de ajuda recebidos em abril representam um aumento de quase 100 apelos face ao mesmo mês de 2019.
“Registou-se um aumento muito significativo de apelos a partir do momento em que teve início o período de isolamento em Portugal face ao início do ano, tendo já sido recebido um total de 703 apelos desde janeiro”, lê-se no comunicado.
Situações de risco, necessidade de desabafar, preocupações relativas à pandemia de covid-19, questões de saúde, pedidos de informação sobre serviços e instituições de apoio social e situações relacionadas com crimes de pornografia de menores motivaram os contactos registados pela linha SOS Criança em abril.
O telefone é o meio mais utilizado para contacto, mas durante os dois meses de confinamento, março e abril, a rede social Whatsapp foi responsável por mais de uma centena de contactos. O uso de e-mail ou de salas de conversação é pouco expressivo.
“As notícias preocupantes sobre a covid-19 que circulam por múltiplas vias e o facto de haver milhares de crianças sem aulas e confinadas em casa, podem gerar nas crianças sentimentos vários, nomeadamente ansiedade, inquietação e insegurança”, lê-se no comunicado do IAC.
O IAC refere que a equipa de psicólogos da linha SOS Criança “tem estado particularmente disponível e focada para conversar com as crianças, tranquilizá-las e prestar-lhes esclarecimentos” sobre a atual situação.
Portugal contabiliza 1.231 mortos associados à covid-19 em 29.209 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
LUSA/HN
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