Câmara de Lisboa quer reforço da oferta de transportes públicos

21 de Maio 2020

A Câmara de Lisboa apelou esta quinta-feira ao reforço da oferta de transportes públicos, defendendo que deve ser garantindo o uso total da capacidade instalada, especialmente no metropolitano, como forma de reduzir o risco da Covid-19.

Numa moção, apresentada pelo vereador com o pelouro dos Direitos Sociais e da Educação, Manuel Grilo (BE, partido que tem um acordo de governação da cidade com o PS), a autarquia insta o Governo a aumentar a oferta dos transportes públicos, “por via de antecipação de investimento planeado, nomeadamente no alargamento para a zona ocidental e outros concelhos da Área Metropolitana de Lisboa”.

Na moção, que foi aprovada com a abstenção do CDS-PP e o voto favorável de todos os outros partidos em reunião privada do executivo, a Câmara de Lisboa apela ainda ao Governo para que garanta “o uso total da capacidade instalada, especialmente no Metro de Lisboa, pela sua importância na mobilidade da cidade”, com vista à redução do risco de infeção pelo novo coronavírus e ao cumprimento da lotação máxima definida.

No texto é referido que, no início do mês, a afluência dos principais transportes públicos aumentou 20% face ao mês anterior e, “com a segunda fase do desconfinamento”, devido à pandemia de covid-19, “estima-se que a afluência aumente ainda mais”.

“Mais oferta de transportes públicos garante mais segurança contra o vírus e dá resposta a quem deles depende para se deslocar para o local de trabalho. Infelizmente, a disponibilização da oferta de transportes públicos tem sido díspar e há situações de congestionamento relatadas”, lê-se no texto.

Na moção é ainda referido que, não obstante o anúncio de aumento da oferta de autocarros, “é notório que o Metro de Lisboa se mantém com poucos comboios e, mesmo em horas de maior afluência, os tempos de espera ultrapassam os nove minutos”.

Da mesma forma, é acrescentado, a Transtejo e a Soflusa estão “a operar com horários mínimos, com a agravante de estarem a acumular os utentes que viram a oferta dos TST ser cortada, visto que a empresa entrou em ‘lay-off’”.

Na reunião privada do executivo camarário foi também aprovada, por unanimidade, uma moção apresentada pelo CDS-PP sobre violência doméstica.

No texto apela-se ao reforço dos mecanismos de cooperação entre as entidades públicas e privadas que se dedicam ao combate à violência doméstica, “de modo a que seja possível dar respostas mais rápidas e eficazes”.

A Câmara de Lisboa solicita também ao Ministério da Administração Interna a disponibilização do número de casos de violência doméstica na cidade nos últimos dois meses e nos dois períodos homólogos, com especificação por sexo e faixa etária, para “avaliar se o isolamento domiciliário motivado pela pandemia de covid-19 contribuiu para o aumento do número de casos”.

Além disso, é sugerido que se realize uma campanha de informação e sensibilização em parceria com várias entidades, nomeadamente as Juntas de Freguesia, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS’s), comunidades religiosas, PSP e Ministério da Administração Interna.

O CDS-PP levou ainda à reunião privada do executivo camarário uma proposta para a distribuição de máscaras a pessoas com carências socioeconómicas, idosos isolados e sem-abrigo, mas a sua discussão foi adiada para a próxima semana.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 328 mil mortos e infetou mais de cinco milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 1,8 milhões de doentes foram considerados curados.

Portugal regista hoje 1.277 mortes relacionadas com a Covid-19, mais 14 do que na quarta-feira, e 29.912 infetados, mais 252, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.

LUSA/ HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Promessas por cumprir: continua a falta serviços de reumatologia no SNS

“É urgente que sejam cumpridas as promessas já feitas de criar Serviços de Reumatologia em todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde” e “concretizar a implementação da Rede de Reumatologia no seu todo”. O alerta foi dado pela presidente da Associação Nacional de Artrite Reumatoide (A.N.D.A.R.) Arsisete Saraiva, na sessão de abertura das XXV Jornadas Científicas da ANDAR que decorreram recentemente em Lisboa.

Consignação do IRS a favor da LPCC tem impacto significativo na luta contra o cancro

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) está a reforçar o apelo à consignação de 1% do IRS, através da campanha “A brincar, a brincar, pode ajudar a sério”, protagonizada pelo humorista e embaixador da instituição, Ricardo Araújo Pereira. Em 2024, o valor total consignado pelos contribuintes teve um impacto significativo no apoio prestado a doentes oncológicos e na luta contra o cancro em diversas áreas, representando cerca de 20% do orçamento da LPCC.

IQVIA e EMA unem forças para combater escassez de medicamentos na Europa

A IQVIA, um dos principais fornecedores globais de serviços de investigação clínica e inteligência em saúde, anunciou a assinatura de um contrato com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para fornecer acesso às suas bases de dados proprietárias de consumo de medicamentos. 

SMZS assina acordo com SCML que prevê aumentos de 7,5%

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) assinou um acordo de empresa com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) que aplica um aumento salarial de 7,5% para os médicos e aprofunda a equiparação com a carreira médica no SNS.

“O que está a destruir as equipas não aparece nos relatórios (mas devia)”

André Marques
Estudante do 2º ano do Curso de Especialização em Administração Hospitalar da ENSP NOVA; Vogal do Empreendedorismo e Parcerias da Associação de Estudantes da ENSP NOVA (AEENSP-NOVA); Mestre em Enfermagem Médico-cirúrgica; Enfermeiro especialista em Enfermagem Perioperatória na ULSEDV.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights