Hospital São João demarca-se de resultados errados em testes a futebolistas

23 de Maio 2020

O conselho de administração do Hospital de São João demarcou-se hoje da existência de resultados errados em testes à covid-19 a futebolistas feitos pela Unilabs, parceira da Liga de clubes neste rastreio.

O jornal Expresso noticia hoje a existência de anomalias nos testes a nove jogadores do Vitória de Guimarães e Famalicão, com resultados positivos e que se revelaram negativos, feitos pela Unilabs e que terão sido detetados por um médico do Hospital de São João.

“O Centro Hospitalar Universitário São João não tem qualquer protocolo com clubes portugueses de futebol para colheita de análises de pesquisa de covid-19, e não tem conhecimento de resultados de testes de atletas de clubes”, lê-se no comunicado conjunto do Hospital de S. João e da Unilabs Portugal enviado à agência Lusa.

No mesmo documento, as duas instituições admitem a existência de vários fatores que podem afetar os resultados, como datas da colheita, procedimentos aplicados e metodologias, equipamentos e reagentes usados no laboratório.

Contactada pela Lusa, fonte oficial do Famalicão reiterou a confiança na Unilabs, acrescentando que nunca solicitou a realização de testes no Hospital de São João, no Porto.

Em 12 de maio, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) apresentou a Unilabs como parceiro para a realização de testes à covid-19, tendo em vista a retoma da I Liga, marcada para 03 de junho.

“A LPFP conseguiu, atempadamente, negociar com a Unilabs a presença dos seus técnicos nos nossos estádios e centros de estágio, sem que exista necessidade de deslocação dos jogadores e ‘staff’, e estes são motivos que temos como muito importantes na preparação deste regresso da competição aos relvados portugueses”, disse, na altura, Sónia Carneiro, diretora executiva coordenadora da Liga Portugal.

Em comunicado divulgado hoje, a LPFP assegurou que “a Unilabs foi o laboratório que melhores condições ofereceu para a quantidade e especificidade dos testes pedidos pela Direção-Geral da Saúde (DGS), sendo reconhecidamente um laboratório com credibilidade”.

O organismo que rege as competições profissionais de futebol acrescentou ainda que “não é informada pelo Laboratório do resultado dos testes”, que “são contratualizados e pagos por cada clube de forma individual com o laboratório escolhido”.

“O protocolo celebrado não pressupõe exclusividade e os clubes são livres de realizar os testes com o laboratório que entenderem mais adequado, desde que respeitem os critérios e exigências definidas pelas autoridades de saúde. Não há obrigatoriedade de realização dos testes na Unilabs, embora a grande generalidade dos clubes tenha optado por o fazer”, esclareceu a LPFP.

Após a declaração de pandemia, em 11 de março, as competições desportivas de quase todas as modalidades foram disputadas sem público, adiadas – Jogos Olímpicos Tóquio2020, Euro2020 e Copa América -, suspensas, nos casos dos campeonatos nacionais e provas internacionais, ou mesmo canceladas.

Os campeonatos de França, Países Baixos, Bélgica e Escócia foram cancelados, enquanto outros países preparam o regresso gradual à competição, como Inglaterra, Itália, Espanha e Portugal, que tem o seu reinício marcado para 03 de junho, depois de a Liga alemã ter sido retomada em 16 de maio.

Faltam disputar 90 jogos do principal escalão do futebol nacional, o único que não foi cancelado devido ao novo coronavírus, assim como a final da Taça de Portugal, que vai opor Benfica e FC Porto.

Após 24 jornadas, os ‘dragões’ lideram a competição, com 60 pontos, mais um do que o campeão Benfica.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 335 mil mortos e infetou mais de 5,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 1,9 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.289 pessoas das 30.200 confirmadas como infetadas, e há 7.590 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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