China e EUA “à beira de uma nova Guerra Fria”

24 de Maio 2020

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, alertou hoje que as posições de "certas forças políticas norte-americanas", sobre a origem do novo coronavírus, está a colocar os dois países "à beira de uma nova Guerra Fria".

“Certas forças políticas norte-americanas estão a tornar reféns as relações entre a China e os Estados Unidos e conduzir os nossos dois países à beira de uma nova Guerra Fria”, disse Wang Yi, citado pela agência France-Presse (AFP).

o chefe da diplomacia chinesa, que falava hoje aos jornalistas à margem da sessão plenária da Assembleia Popular Nacional iniciada na sexta-feira, reagia as declarações proferidas, nas últimas semanas, por Donald Trump.

Nas últimas semanas, o Presidente dos Estados Unidos, tem acusado as autoridades chinesas de atrasarem a comunicação de dados cruciais sobre a gravidade do novo coronavírus, que poderiam ter travado a propagação da doença.

“Além da devastação causada pelo novo coronavírus, um vírus político está a espalhar-se pelos Estados Unidos. Esse vírus político aproveita todas as oportunidades para atacar e difamar a China”, disse Wang.

A tensão entre Pequim e Washington tem aumentado nos últimos dois anos, com a guerra comercial iniciada pelo Governo Trump com as sobretaxas alfandegárias.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 339 mil mortos e infetou mais de 5,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de dois milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados (mais de 2,3 milhões, contra dois milhões no continente europeu), embora com menos mortes (mais de 140 mil, contra mais de 173 mil).

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (97.087) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,6 milhões).

LUSA/HN

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