Estudo mostra como os mais velhos lidam com a angústia

28 de Maio 2020

Uma equipa de investigadores da Universidade de Keele concluiu que é pouco comum para os adultos mais velhos consultarem os seus médicos de família em alturas de stresse devido à falta de tratamentos aceitáveis.

A angústia (stresse) não está identificada como um problema de saúde mental, ainda que seja uma resposta natural a um evento negativo na vida do paciente. Experiências destas são comuns na vida mais avançada e podem causar tal resposta.
A investigação publicada na BMC Family Pactice determina os mecanismos utilizados pela população mais velha que se identifica como angustiada e tenta clarificar o papel dos cuidados primários no apoio aos indivíduos que decidem recorrer aos serviços de saúde.

A Dr.ª Alice Moult, da faculdade de medicina da Universidade de Keele, e o Dr. Tom Kingstone juntamente com a professora Carolyn Chew-Graham da Escola de Cuidados Primários, Comunitários e Sociais, conduziram entrevistas a adultos mais velhos que se identificavam como angustiados e determinaram que várias formas de perda, tal como a perda de mobilidade, foram um dos principais combustíveis do seu stress.

Estas pessoas são ativas em tentativas de melhorar o seu estado de espírito, já que alguns dos entrevistados descrevem entre algumas das suas técnicas para lidar com estes sentimentos a procura de contacto social, a inclusão em grupos sociais e idas à igreja. Ainda assim, parece pouco comum que os idosos recorram ao seu médico de família quando assolados por sentimentos de angústia ou stresse, com apenas alguns dos entrevistados a recorrer a esta opção assumindo a falta de tratamentos aceitáveis já que se recusavam a tomar medicação ou a participar em terapias. Ficou provado que a persistência deste tipo de sentimentos deva ser razão para recorrer ao médico de família.

Para ajudar a aliviar o stresse, os investigadores sugerem que os clínicos gerais discutam a causa dos sintomas e que sugiram um leque de opções, incluindo técnicas de auto gerir esses sentimentos, o uso de receitas sociais através da sinalização de idosos nos serviços locais, e o uso de medicação ou terapias.

Segundo Dr.Moult: “Esperamos que esta pesquisa pudesse chamar a atenção para os profissionais de saúde no papel que desempenham na ajuda aos idosos mais angustiados. Esperamos que estes dados possam também providenciar um olhar valioso sobre o facto de estratégias de autogestão se provarem ineficazes e que é necessário informar sobre os desenvolvimentos em soluções alternativas”.

NR/HN/João Daniel Ruas Marques

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

IPO Lisboa nomeia Graça Freitas provedora do utente

A presidente do conselho de administração do Instituto Português de Oncologia de Lisboa (IPO Lisboa), Eva Falcão, anunciou hoje que a antiga diretora-geral da Saúde Graça Freitas vai ser a provedora do utente daquela unidade hospitalar

Psicólogos escolhem hoje novo bastonário

Mais de 21 mil psicólogos elegem hoje um novo bastonário, numas eleições que contam com três candidatos ao cargo desempenhado desde dezembro de 2016 por Francisco Miranda Rodrigues, que não concorre a um novo mandato.

Europa recomenda reembolso de aplicações digitais de saúde

 A União Europeia (UE) propôs que todos os países membros implementem um sistema que permita o reembolso de aplicações e dispositivos médicos digitais, em resposta ao crescente uso de tecnologias de saúde. 

MAIS LIDAS

Share This