Estudo quer avaliar os efeitos da dieta Mediterrânica na redução da obesidade juvenil

28 de Maio 2020

Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra integra o consórcio internacional MED4Youth, Mediterranean enriched diet for tackling youth obesity. A investigação quer verificar os efeitos benéficos de uma dieta mediterrânica, com restrição de energia e enriquecida com frutos secos, grão-de-bico, romã e pão de fermento, na redução de peso e dos fatores associados à obesidade juvenil.

O estudo clínico vai contar com a participação de 240 adolescentes obesos, com idades entre os 13 e 16 anos. O estudo com a duração de quatro meses vai contar com participantes europeus, de países como Portugal, Espanha e Itália.

De acordo com a líder da equipa de investigadores da FMUC, Maria Filomena Botelho o principal objetivo do estudo é “demonstrar que uma dieta mediterrânica com restrição de energia e enriquecida com produtos típicos do Mediterrâneo, como a romã, o grão-de-bico, os frutos secos e o pão de fermento, é mais eficaz na redução de peso e dos fatores de risco cardiovasculares associados à obesidade juvenil comparativamente com uma dieta convencional com pouca gordura e restrição de energia”.

A investigação vai analisar a forma como os genes condicionam os comportamentos e influenciam doenças como a obesidade. Através de tecnologias “ómicas” vai ser possível obter um retrato global dos processos biológicos “para analisar se os efeitos para a saúde da intervenção clínica são associados a mudanças favoráveis em populações bacterianas e metabolitos intestinais.

A docente da FMUC acrescenta que esta investigação internacional vai “sensibilizar a população em geral, mas especialmente os jovens que vão integrar o estudo e os seus pais, sobre os benefícios para a saúde derivados da dieta mediterrânica, melhorando as suas escolhas alimentares”.

O projeto suportado pela União Europeia, quer também promover a produção e o consumo de produtos tradicionais saudáveis. Maria Filomena Botelho diz que, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade juvenil quadruplicou nos últimos 30 anos e “18% das crianças e adolescentes entre os 5 e 19 anos de idade têm excesso de peso ou obesidade”, sobretudo em países mediterrânicos como Portugal, Espanha e Itália.

Os investigadores garantem ainda que “a obesidade está associada a maiores taxas de diabetes, hipercolesterolemia, doença do fígado gordo não-alcoólica e pressão sanguínea elevada, fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares na vida adulta.”

O consórcio do projeto MED4Youth é coordenado pelo centro de tecnologia Eurecat (Espanha), Universidade de Coimbra, Universidade de Parma (Itália), Shikma Field Crops (Israel), o Scientific Food Center (Jordânia) e a NOVAPAN (Espanha).

HN/ Vaishaly Camões

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