Segundo Miguel Cardoso, os testes para despistar a doença provocada pelo novo coronavírus vão ser dirigidos a um total de 138 homens daquela organização, que são tripulantes de 26 embarcações de Portimão, Quarteira e Olhão, no distrito de Faro.
A “grande parte” dos profissionais que vão ser testados pertencem a “embarcações que vão começar a laborar agora”, acrescentou a mesma fonte, referindo-se ao início de atividade na pesca da sardinha (cerco), prevista para segunda-feira.
Questionado sobre o local onde vai ser feita a testagem, Miguel Cardoso esclareceu que, “no caso de Olhão e Quarteira”, os testes vão ser realizados “nos respetivos portos de pesca, nas instalações da Docapesca, onde vão estar equipas do Algarve Biomedical Centre (ABC)”.
O ABC, consórcio entre a Universidade do Algarve e o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve, tem sido a entidade responsável pela realização de testes em lares de idosos e creches, entre outras instituições, na região do Algarve.
O presidente da OlhãoPesca admitiu, contudo, que “pode também haver casos de profissionais que não conseguem estar presentes” e serão depois testados noutro local.
Miguel Cardoso enalteceu a medida que visa testar os pescadores nacionais à Covid-19, por permitir transmitir segurança a trabalhadores e consumidores e dar a todos “alguma tranquilidade” para iniciar a atividade.
“Acaba por ser uma medida que nos vai dar mais alguma segurança – aos armadores e tripulantes das embarcações – para iniciar a atividade de forma mais segura e dar uma imagem de confiança ao setor, ao mercado e indústria que compra o pescado”, considerou.
A Lusa contactou, também, a Associação dos Armadores e Pescadores de Quarteira (Quarpesca), mas o presidente, Hugo Martins, disse que “para já, a associação não vai participar” na testagem da comunidade piscatória, porque “a maioria das embarcações maiores (cerco) não mostraram vontade para realizar testes”.
Questionado sobre o motivo que levou esses profissionais a não aderirem ao programa de testagem, Hugo Martins apenas respondeu que os tripulantes “não querem fazer o teste por opção”, quantificando que a Quarpesca representa 10 embarcações de cerco, num universo total de 130.
Hugo Martins acrescentou, no entanto, que a associação vai iniciar ainda esta semana uma ação de sensibilização junto dos tripulantes, que conta já com 20 inscrições, um número mais reduzido do que o habitual devido às medidas de distanciamento social impostas pela pandemia de Covid-19.
Quem aderiu à testagem foi a Cooperativa dos Armadores de Pesca do Barlavento (Barlapescas), cujo presidente, Mário Galhardo, disse à Lusa aguardar pela marcação das datas para a testagem de profissionais, de forma a “estar concluída antes de 01 de junho”.
A Docapesca – Portos e Lotas, S.A. anunciou que vai assegurar parte da comparticipação nacional das candidaturas apresentadas pelas organizações do setor da pesca para a realização de testes de diagnóstico da Covid-19, que também já começaram a ser realizados junto de comunidades piscatórias do norte do país.
“Esta medida de defesa da saúde pública tem por objetivo o reforço das condições de trabalho e de segurança dos profissionais do setor da pesca, que diariamente continuam a operar nos portos de pesca sob gestão da empresa”, justificou a empresa que gere os portos e lotas portugueses.
Portugal contabiliza 1.356 mortos associados à Covid-19 em 31.292 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Relativamente ao dia anterior, há mais 14 mortos (+1%) e mais 285 casos de infeção (+0,9%).
O número de pessoas hospitalizadas baixou de 513 para 510, das quais 66 se encontram em unidades de cuidados intensivos (menos uma).
O número de doentes recuperados é de 18.349.
LUSA/ HN
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