Menopausa reduz massa muscular, mas pode ser contrariada com exercício físico

9 de Junho 2020

Mulheres mais ativas tinham uma massa muscular superior antes e depois da menopausa, quando em comparação com as mulheres menos ativas no estudo

Um estudo de grande escala direcionado a mulheres de meia-idade concluiu que mudanças relacionadas com a idade nos músculos esqueléticos fazem parte do quotidiano das mulheres com cerca de 50 anos. Por volta desta idade, a mulher faz a transição da paramenopausa para o pós-menopausa e cessa a produção de estrogénio. É a perda de estrogénio que tem efeito sobre os músculos e leva ao declínio da massa muscular, mas a atividade física, sob praticamente todas as formas, pode ajudar a mante-la.

“Já sabíamos que o estrogénio desempenha um papel na regularização das propriedades musculares”, diz a estudante de doutoramento Hanna-Kaarina Juppi. “Ao seguir o estado hormonal, medindo muitos dos aspetos dos músculos e ao ter em consideração o envelhecimento cronológico e simultâneo de mulheres que estão a passar pela transição da menopausa fomos capazes de mostrar que o declínio da massa muscular toma lugar durante a fase inicial da menopausa”.

Neste estudo, o tamanho muscular foi medido no estado da paramenopausa e imediatamente após a entrada na pós-menopausa – quando a menstruação pára permanentemente. As mulheres tinham em média 51 anos e seis meses no início do estudo e 53 no final, pelo que é possível concluir que a duração média da transição da menopausa é de um ano e meio. Ainda que o tempo de cada mulher seja único: neste estudo variou entre menos de seis meses até mais de três anos. Durante este tempo, a diminuição de massa muscular era em média um porcento.

“ A mudança observada não parece grande coisa, mas o que é significativo é que o declínio dá-se num curto período de tempo e pode ter impacto no metabolismo”, explica Juppi.

A atividade física foi dada como positivamente associada à manutenção de massa muscular durante a transição da menopausa. Mulheres mais ativas tinham uma massa muscular superior antes e depois da menopausa, quando em comparação com as mulheres menos ativas no estudo. Parece que mesmo que a menopausa por si só seja capaz de diminuir a massa muscular, manter-se fisicamente ativa pela meia-idade pode ajudar as mulheres a abrandar a mudança.

Este estudo foi conduzido no Centro de Investigação Gerontológica da Faculdade de Ciências do Desporto e da Saúde, e faz parte de um estudo maior, o ERMA – Regulação da Apoptose Muscular com Estrogénio -, conduzido por Eija Laakkonen. Mais de um milhar de mulheres com idades compreendidas entre os 47 e os 55 anos da região de Jyväskylä, na Finlândia, participaram no estudo maior. No início, 381 estavam em estado de paramenopausa, enquanto 234 chegaram à pós-menopausa durante o estudo de forma prematura. A investigação foi financiada pela Academia da Finlândia e pela Comissão europeia.

Aceder ao artigo original Aqui

HN/NR/João Daniel Ruas Marques

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Médicos com novo contrato coletivo de trabalho nos Açores

Os sindicatos dos médicos assinaram contratos coletivos de trabalho com o Governo Regional dos Açores (PSD/CDS/PPM) e os três hospitais da região, que preveem mais dias de férias, mais horas para formação e melhorias na avaliação de desempenho.

Smartwatches Revolucionam Monitorização do Consumo de Álcool

Uma investigação da Universidade de Bristol demonstra que smartwatches podem monitorizar o consumo de álcool com maior precisão do que métodos tradicionais. O estudo revela que esta tecnologia pode transformar intervenções futuras e melhorar o entendimento dos padrões de consumo

Descoberta Revolucionária: Novo Antibiótico Combate Gonorreia Multirresistente

Investigadores das universidades de Konstanz e Viena descobriram um novo antibiótico que ativa o mecanismo de autodestruição da bactéria Neisseria gonorrhoeae. Este avanço, publicado na Nature Microbiology, combate eficazmente variantes multirresistentes sem prejudicar outras células ou microrganismos.

Trabalho em Equipa Revoluciona Cuidados Primários para Doentes Crónicos

Um estudo da Universidade Hebraica de Jerusalém revela que o trabalho em equipa e sistemas proativos são cruciais para garantir acompanhamento médico regular a pacientes com doenças crónicas. A colaboração interdisciplinar melhora a adesão ao tratamento e os resultados de saúde

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights