Os doentes com cancro enfrentam um sério dilema durante a pandemia do Covid-19, pois ficar em casa pode aumentar o risco de progressão do cancro, mas ir ao hospital para realizar os tratamentos pode aumentar o risco de infeção pelo SARS CoV-2. Um novo estudo publicado na Revista “Psycho-Oncology” revela como a pandemia afetou a qualidade de vida destes pacientes.
O estudo, que incluiu 260 pesssoas com cancro nos estádios III e IV, que faziam quimioterapia quando surgiu a pandemia, constatou que a qualidade de vida destes doentes foi significativamente menor, em comparação com um grupo de referência de 8.066 pacientes com cancro nos estádios III e IV, antes da pandemia.
As diferenças na qualidade de vida percebida dizem respeito principalmente ao funcionamento social e cognitivo, significativamente menores nos pacientes durante a pandemia de Covid-19. O funcionamento físico e emocional foram semelhantes em ambos os grupos.
“Durante este período extraordinário, os doentes com cancro enfrentam uma guerra em duas frentes, tendo que enfrentar o aumento do risco de morbilidade por Covid-19 e o risco de progressão do cancro com os possíveis atrasos no diagnóstico ou tratamento”, referiu a autora principal do estudo, Magdalena Ciążyńska, do Centro Multidisciplinar Nicolaus Copernicus de Oncologia e Traumatologia, na Polónia.
“Viver com cancro no momento da pandemia não significa que o atendimento oncológico deva ser comprometido. A comunidade oncológica, apesar de ter de lidar com desafios sem precedentes no tratamento dos doentes, identifica em simultâneo os fatores de risco que deterioram a qualidade de vida dos pacientes, com o objetivo de garantir que a sua segurança e bem-estar não são afetados”.
Informação bibliográfica completa:
Ciążyńska, M, Pabianek, M, Szczepaniak, K, et al. Quality of life of cancer patients during coronavirus disease (COVID‐19) pandemic. Psycho‐Oncology. 2020; 1– 3. https://doi.org/10.1002/pon.5434
HN/NR/Adelaide Oliveira
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