“Estamos a ter dificuldade em quebrar as cadeias de transmissão, estão a manter-se relativamente persistentes e, portanto, pusemos no terreno um conjunto de instrumentos adicionais”, afirmou Marta Temido numa conferência de imprensa de acompanhamento da pandemia da Covid-19.
Questionada sobre uma alegada intervenção irritada do primeiro-ministro para lhe tirar a palavra numa reunião do Governo e do Presidente da República com especialistas, Marta Temido afirmou em tom irónico que, “se o primeiro-ministro ‘puxou as orelhas’ à ministra da Saúde, teria certamente razão, embora os castigos corporais sejam pouco da nossa forma de trabalhar”.
“Todos começamos a ficar bastante cansados e gostaríamos de poder voltar a página da Covid-19. É natural que se perca alguma da tranquilidade e possamos perguntar-nos se as coisas estão a evoluir no melhor sentido”, declarou.
Segundo a revista Visão, na reunião de quarta-feira realizada no Infarmed, António Costa “tirou a palavra à ministra da Saúde quando esta falava de confinamento e disse que o tipo de linguagem e a falta de clareza dos dados que lhe têm chegado impedem o Governo de montar uma estratégia eficaz para travar os contágios”.
Hoje, Marta Temido disse na conferência de imprensa no Ministério que tutela que as medidas aprovadas na quinta-feira em Conselho de Ministros para a região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se concentra a maioria dos novos casos diários de contágio, visam levar os cidadãos a “absterem-se de comportamentos supérfluos que podem ser evitados”, sobretudo numa região marcada por mais movimentos e contactos entre pessoas.
O sentido das medidas, que se aplicam sobretudo a 19 freguesias onde os contágios têm sido maiores onde se recomenda aos cidadãos a “permanência no domicílio”, é “estancar o mais possível” a transmissão do novo coronavírus.
Marta Temido indicou que o trabalho da saúde pública “tem sido reforçado” nas últimas semanas, com o envio para o terreno de profissionais de outros serviços, como o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge para apoiar unidades de saúde de Lisboa e Vale do Tejo.
“A única resposta que temos é uma resposta transparente e de verdade”, afirmou, frisando que “não vale desistir” de conter a disseminação do novo coronavírus.
A pandemia de covid-19 já provocou quase 487 mil mortos, incluindo 1.555 em Portugal.
LUSA/HN
0 Comments