Ana Paula Fidalgo Assistente Hospitalar Graduada de Medicina Interna Coordenadora da Unidade de AVC do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) Membro da Sociedade Portuguesa do AVC

AVC: uma emergência médica que requer tratamento imediato, mesmo em contexto de pandemia

06/30/2020

[xyz-ips snippet=”Excerpto”]

AVC: uma emergência médica que requer tratamento imediato, mesmo em contexto de pandemia

30/06/2020 | Opinião

No âmbito da infeção pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-2), que pode evoluir para a doença COVID-19, estão a ser desenvolvidas medidas de Saúde Pública de acordo com a fase de resposta à propagação do vírus. O sucesso desta estratégia de contenção da pandemia depende essencialmente da colaboração da população e das instituições.

O agravamento da situação epidemiológica determinou a declaração de Estado de emergência em Portugal no dia 19 de março, sendo que no âmbito do decreto do governo de execução da Declaração de Estado de emergência foram estabelecidas uma série de medidas extraordinárias e de caráter urgente de restrição de circulação, com vista a prevenir a transmissão do vírus SARS-CoV-2.

Em paralelo, é importante relembrar que a primeira causa de morte em Portugal é o AVC e que está associado, igualmente, a uma elevada taxa de morbilidade e incapacidade funcional. Assim, mesmo em pandemia, urge alertar a população para a manutenção e segurança do circuito da Via Verde de AVC (Acidente Vascular Cerebral) – “O AVC não fica em casa”.

A Via Verde de AVC (implementada em Portugal desde 2001) visa fundamentalmente melhorar a assistência pré-hospitalar na fase aguda do AVC e otimizar o acesso destes doentes à Unidade de saúde especializada onde lhes possa ser instituído o tratamento atempadamente.
Muitas variáveis poderão condicionar a janela terapêutica, contudo, a eficácia do tratamento é tempo-dependente, e houve necessidade de adequar os serviços de saúde ao novo paradigma, incluindo a reorganização do circuito da Via Verde do AVC para doentes suspeitos ou com COVID-19 e circuitos independentes para doentes sem COVID-19.

Rapidamente, todas as equipas se alinharam para uma divisão das Unidades diferenciadas, do Serviço de Urgência e Enfermarias em áreas COVID e sem-COVID -19 garantindo toda a segurança dos utentes.

O circuito da Via Verde de AVC continua a ser seguro, com os necessários procedimentos, equipamentos e recursos para contenção do contágio por COVID-19 e pode ser ativado na fase pré ou intra-hospitalar.

Assim, apesar de vivermos num contexto de pandemia de COVID-19 na presença da instalação dos seguintes sinais (3 F’s) deve suspeitar-se de AVC e contactar de imediato o Número Europeu de Emergência 112.

Sinais de alerta de AVC a memorizar, os 3 F’s (Fala, Face ou Força):
– Dificuldade em falar
– Desvio da face
– Falta de força num membro
O AVC é uma emergência médica que requer tratamento imediato mesmo em contexto de pandemia. As equipas envolvidas na Via Verde de AVC estão preparadas para manter a segurança de todos. Tempo é Cérebro.

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Prioridades para a Saúde nas Legislativas 2025: Propostas de Pedro Pita Barros

Pedro Pita Barros, especialista em economia da saúde e professor da Nova School of Business and Economics (Nova SBE), propõe para as legislativas de 18 de maio um reforço do SNS, valorização dos profissionais, aposta nos cuidados primários e continuados, redução dos pagamentos diretos das famílias, estabilidade na gestão das ULS e consensos na saúde oral e mental, destacando a necessidade de medidas concretas e transversais

Carlos Cortes: Prioridades da Ordem dos Médicos para o XXV Governo

Carlos Cortes, Bastonário da Ordem dos Médicos, defende que o próximo Governo deve apostar na valorização dos recursos humanos, na reforma da gestão do SNS e na centralidade da pessoa nos cuidados de saúde. Propõe políticas de retenção de médicos, autonomia de gestão e humanização transversal do sistema.

Prioridades para a Saúde: Propostas de Fernando Leal da Costa para o XXV Governo Constitucional

Fernando Leal da Costa, Professor Universitário e ex-ministro da Saúde, defende como prioridades para o próximo Governo: revisão da Lei de Bases da Saúde e do Estatuto do SNS, reforma administrativa, reforço da gestão local, digitalização dos processos clínicos, controlo estatal da ADSE, redefinição dos recursos humanos, avaliação da eficiência, renovação hospitalar e aposta na prevenção.

Legislativas / Propostas dos partidos para a Saúde

Com a saúde como tema prioritário nos programas eleitorais, os partidos com assento parlamentar focam-se no aumento da remuneração dos profissionais, com a esquerda a ir mais longe para fixar médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Os programas eleitorais divergem sobretudo em matéria de parcerias público-privadas (PPP’s) em que os partidos mais à esquerda querem o fim destes contratos com privados enquanto a direita defende a sua eficácia.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights