Enfermeiros de cinco países reivindicam melhores condições de trabalho e justa remuneração

30 de Junho 2020

Enfermeiros de cinco países, incluindo Portugal, lançaram um manifesto a reivindicar às instituições empregadoras adequadas condições de trabalho, equipamentos de proteção individual apropriados, ambientes de trabalho saudáveis e seguros e justa remuneração.

“Neste momento, o enfrentamento da pandemia da covid-19 que assola o mundo fez emergir a tensão existente entre a necessidade do cuidado de enfermagem e o (des)valor social atribuído aos profissionais. Mesmo sem os recursos materiais e com sobrecarga de trabalho e baixos salários, os enfermeiros, enquanto salvam vidas, são vítimas da infeção, somando já milhares de profissionais doentes e mortos em todo o mundo”, lê-se no documento.

O manifesto foi redigido no âmbito do 2.º Congresso Internacional de Enfermagem do Trabalho, realizado na sexta-feira, organizado pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra em colaboração da Escola Superior de Enfermagem do Porto e da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro.

Além de Portugal, enfermeiros de Brasil, Espanha, Chile e Colômbia, reunidos em plataforma digital, enfatizaram que o valor social da enfermagem, enquanto “força de trabalho maioritária em todos os sistemas de saúde do mundo, essencial para a promoção e recuperação da saúde de todas as pessoas, é posto em evidência no momento de grande exigência como o que agora o mundo atravessa”.

Os enfermeiros consideram que muitos dos profissionais “exercem a sua atividade em condições inadequadas e de risco para a sua própria saúde e vida”.

“Manifestam, ainda, que os órgãos governamentais os incluam como participantes, com voz e voto, nos órgãos decisórios de formulação de agendas e políticas relacionadas com a saúde dos trabalhadores, refere a nota.

De acordo com o manifesto, os estudos realizados em todo o mundo mostram que a enfermagem “é uma profissão de risco relacionado com a exposição a fatores sociais e ambientais, que podem ameaçar a sua saúde, apesar de esta realidade não ser reconhecida em muitos países”.

A enfermagem “é a força de trabalho maioritária em todos os sistemas de saúde, de todo o mundo. O seu saber e trabalho é essencial para a promoção e recuperação da saúde de todas

as pessoas, desde o nascimento até à sua morte”, sublinham os subscritores do documento.

Subordinado ao tema “Enfermagem do trabalho: prevenção de lesões musculoesqueléticas”, O 2.º Congresso Internacional de Enfermagem do Trabalho contou com a participação de mais de 200 profissionais daqueles cinco países e a apresentação de cerca de uma centena de comunicações orais.

LUSA/HN

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