“Dia 27 de julho vai ser reavaliado. Se se mantiver o mesmo critério, não tenho esperança de que a situação seja revertida”, afirmou a governante na comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, onde foi ouvida a pedido do PSD sobre a “estratégia de relançamento do setor do turismo”.
Rita Marques disse aos deputados que, para evitar que o Reino Unido, e outros países, voltem a tomar como “único indicador” a taxa de infeção se tem “vindo a trabalhar” com os Negócios Estrangeiros e a Saúde para dar conta de que o critério “poderia ser melhorado”, colando-se ao critério usado pela União Europeia para abrir as fronteiras e que, além das taxas de infeção, contabilizou o número de mortos e a ocupação nos cuidados intensivos, entre outros critérios.
“O critério deve ser mais amplo, com outros parâmetros. É um exercício que temos feito”, disse, defendendo também uma regionalização dos dados sobre a doença covid-19, dando o exemplo de que o Porto foi retirado de um mapa ‘laranja’ nos Países Baixos.
“Queremos mostrar que é um critério desajustado face aos critérios da UE” , disse Rita Marques, salientando ainda “outro exercício” do Governo, quanto a soluções de despistagem, para cidadãos da União Europeia, e quanto a uma operação de despistagem destinada a determinados fluxos turísticos.
A governante admitiu aos deputados que, sem prejuízo das medidas de apoio já lançadas para o turismo, o setor económico mais afetado pela pandemia de covid-19, o Governo poderá “ter necessidade de equacionar novas medidas” para o turismo e restauração.
Rita Marques explicou que, com as restrições para corredores aéreos, as previsões pioraram face à quebra de 50% prevista há um mês.
“Estamos a trabalhar na conversão do incentivo do microcrédito, que até agora converteu 42 milhões de euros”, contou, defendendo que o Governo quer “uma conversão a fundo perdido”.
A governante disse ainda aos deputados que o turismo e restauração absorveram 22% do ‘lay-off’ simplificado, e adiantou que “nos próximos dias” vai clarificar as regras para a atividade do setor da animação turística, eventos e congressos.
Portugal contabiliza pelo menos 1.668 mortos associados à covid-19 em 47.051 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Em 03 de julho, o Reino Unido anunciou quais os “corredores de viagem internacional” que iria retomar a partir de dia 10 do mesmo mês, excluindo Portugal dessa lista.
A diplomacia portuguesa já reagiu, considerando a decisão do Reino Unido de excluir Portugal dos “corredores de viagem internacionais” como um “absurdo”, “errada” e que causa “muito desapontamento”, trazendo ainda graves consequências económicas e de confiança recíproca.
LUSA/HN
0 Comments