OMS recebe com cautela vacina russa e lembra que é preciso garantir segurança

11 de Agosto 2020

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu com cautela a notícia de que a Rússia registou a primeira vacina do mundo contra a Covid-19, sublinhando que deverá seguir os trâmites de pré-qualificação e revisão definidos.

“Acelerar o progresso não deve significar comprometer a segurança”, disse o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, numa conferência de imprensa, acrescentando que a organização está em contacto com as autoridades russas e de outros países para analisar o progresso das diferentes investigações em curso relativamente de vacinas.

O porta-voz sublinhou que a organização está satisfeita “com a rapidez com que as vacinas estão a ser desenvolvidas” e espera que algumas delas “se mostrem seguras e eficazes”.

A vacina russa, cujo registo foi esta terça-feira anunciado pelo Presidente Vladimir Putin, em reunião com o gabinete de ministros, não estava entre as seis que a OMS disse na semana passada estarem mais avançadas.

O organização com sede em Genebra citou, entre os seis, três candidatos a vacinas desenvolvidas por laboratórios chineses, dois dos Estados Unidos (das empresas farmacêuticas Pfizer e Moderna) e a britânica desenvolvida pela AstraZeneca em colaboração com a Universidade de Oxford.

Segundo Putin, a vacina russa é “eficaz”, passou em todos os testes necessários e permite atingir uma “imunidade estável” contra a Covid-19.

O Ministério da Saúde da Rússia já veio dizer que a vacina vai entrar em circulação em 01 de janeiro de 2021.

Contudo, muitos cientistas, no país e no estrangeiro, questionaram a decisão de registar a vacina antes de os cientistas completarem a chamada Fase III do estudo.

Essa fase por norma demora vários meses e envolve milhares de pessoas e é a única forma de se provar que a vacina experimental é segura e funciona.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 733 mil mortos e infetou mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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