Em comunicado, a confederação de organizações humanitárias estima que o valor é “quase o dobro da quantia necessária para reconstruir a destruída capital do Líbano [Beirute]”, após a explosão de 04 de agosto no porto.
A Oxfam salienta ainda que mais de 45 milhões de pessoas na região podem ser empurradas para a pobreza como resultado da crise desencadeada pelo novo coronavírus.
“A pandemia expôs profundas desigualdades e falhas nos sistemas económicos da região, que deixaram milhões de pessoas sem emprego, assistência médica ou qualquer tipo de proteção social” realça, citado pelo comunicado, o assessor da Oxfam para o Médio Oriente, Nabil Abdo.
O coronavírus também “permitiu que a fortuna dos milionários aumentasse mais de 63 milhões de dólares (53 milhões de euros) por dia”, acrescenta o responsável.
A Oxfam calcula ainda que se um imposto sobre o património líquido tivesse sido cobrado a uma taxa de 5%, no Líbano, em 2019, teria gerado uma receita de 3,7 mil milhões de dólares (3,13 mil milhões de euros).
Essa receita, defende a Oxfam, poderia “ajudar a reconstruir as infraestruturas de água e de eletricidade, e fornecer serviços para manter as pessoas seguras após a explosão”.
No Médio Oriente e no Norte da África, duas das “regiões mais desiguais do mundo”, a Covid-19 “aprofundou ainda mais a lacuna entre ricos e pobres”, lê-se no comunicado.
Os 11% da população mais rica detém 74% da riqueza da região, afirma a organização, alertando que as medidas de proteção aos pobres no âmbito da pandemia “ficaram aquém” naquelas regiões.
A Oxfam estima ainda que 89% dos 16 milhões de trabalhadores informais da região vão ser “severamente afetados” pelas medidas adotadas para travar a disseminação do coronavírus.
A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 820 mil mortos e infetou mais de 23,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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