“A emergência destes agentes patogénicos zoonóticos (como no caso do novo coronavírus) está ligada à degradação do ambiente e às interações entre o homem e os animais no sistema alimentar”, afirma-se no estudo, publicado terça-feira.
No documento sublinha-se que os europeus estão expostos em permanência a riscos ambientais: poluição do ar – que permanece o primeiro fator de mortalidade, apesar de ter diminuído acentuadamente -, poluição sonora e produtos químicos.
Nos 27 países da União Europeia e no Reino Unido, 630 mil mortes podem ser atribuídas direta ou indiretamente a um ambiente poluído em 2021, segundo os últimos números disponíveis, indica o relatório, que salienta as importantes diferenças entre o leste e o oeste europeu e segundo o nível socio-económico.
Assim, à frente da lista, a Roménia regista cerca de uma morte em cada cinco ligada à poluição, enquanto, no outro extremo, a Suécia e Dinamarca têm uma em cada dez pelos mesmos motivos.
Ligadas principalmente a cancros, doenças cardiovasculares e respiratórias, “estas mortes poderiam ter sido evitadas com a eliminação dos riscos ambientais mais nocivos para a saúde”, considerou a AEA.
“As pessoas mais pobres estão expostas de maneira desproporcionada à poluição e às condições meteorológicas extremas, incluindo as vagas de calor e o rio extremo. Isto está associado ao local onde vivem, trabalham e vão à escola, com frequência em zonas socialmente desfavorecidas e em bairros na periferia dos grandes eixos de circulação”, aponta-se no texto.
Ao contrário, a qualidade da água – “excelente” em mais de 85% dos casos das águas de banho – é um ponto positivo do ambiente europeu.
Quanto à água potável, 74% das zonas de águas subterrâneas apresentavam um “bom estatuto químico”.
Segundo a AEA, para melhorar a saúde e o ambiente na Europa, é preciso controlar os espaços verdes, locais de atividade física, de descontração, mas também de integração social, que “refrescam as cidades durante as canículas, atenuam as inundações, reduzem a poluição sonora e apoiam a biodiversidade urbana”.
Por outro lado, parques e jardins revelaram-se preciosos para a saúde mental e o bem-estar durante a atual pandemia, sublinha a Agência.
A redução da circulação rodoviária e do consumo de carne e o fim das subvenções às energias fósseis estão também entre as outras soluções propostas.
LUSA/HN
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