Profissionais do Hospital de Cascais recolhem resíduos no Dia Mundial do Ambiente

Profissionais do Hospital de Cascais recolhem resíduos no Dia Mundial do Ambiente

Realizada em parceria com a Cascais Ambiente – Câmara Municipal de Cascais, esta ação foi a forma encontrada pelos profissionais do Hospital de Cascais para lembrar que as ações de todas as pessoas em relação à poluição plástica são importantes. Entre as 10h00 e as 12h00, 30 voluntários recolheram 30 quilos de resíduos, entre os quais embalagens descartáveis de alimentos, garrafas plásticas, tampas de garrafas plásticas, sacos plásticos de supermercado e fios USB.

Da produção atual de cerca de 400 milhões de toneladas de resíduos plásticos todos os anos, é de salientar que a maioria dos artigos de plástico nunca desaparece totalmente. A preocupação não é meramente ambiental, é também de saúde pública. Estes microplásticos podem entrar no corpo humano por inalação e absorção e acumular-se em órgãos diversos como pulmões, fígado, baço e rins. Um estudo recentemente detetou microplásticos nas placentas de bebés recém-nascidos.

Há evidências de que os produtos químicos associados a plásticos, como metilmercúrio, plastificantes e retardadores de chama, podem ser absorvidos pelo nosso organismo, encontrando-se relacionados com problemas de saúde.

“Em conjunto, precisamos fazer mais e fechar a torneira da poluição plástica na fonte: #BeatPlasticPollution, pelo ambiente e pela saúde, é algo que nos move como princípio orientador de Hospital Verde, aliado à nossa responsabilidade individual na senda da sustentabilidade do ecossistema em que vivemos atualmente e para as gerações futuras!”, referiu Nuno Corte-Real, Diretor Clínico do Hospital de Cascais, um dos 30 voluntários desta ação.

PR/HN/RA

Portugal diminuiu emissões mas falhou nos resíduos

Portugal diminuiu emissões mas falhou nos resíduos

Os números fazem parte de um retrato estatístico da situação ambiental em Portugal, divulgado no Dia Mundial do Ambiente pela base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos, a Pordata, em colaboração com a Agência Portuguesa do Ambiente.

Se os dados mostram que desde 2005 Portugal reduziu 35% das emissões de gases com efeito de estufa (média da UE é 24%), mostram também uma grande dependência ainda da energia fóssil, e mostram que o país tem vindo a ter temperaturas cada vez mais altas, e que produz cada vez mais resíduos.

O Dia Mundial do Ambiente celebra-se anualmente a 05 de junho desde 1974. Este ano, tendo como países anfitriões a Costa do Marfim e os Países Baixos, debate soluções para a poluição plástica.

Nos últimos 50 anos tem sido um pretexto para sensibilizar a população mundial para as questões ambientais.

Para assinalar a data, os desafios a emergência climática serão debatidos num debate na Central Tejo, em Lisboa, numa iniciativa das entidades gestoras de resíduos, Novo Verde e ERP Portugal, em parceria com a Fundação EDP.

O dia é também assinalado com outras iniciativas, quer em Lisboa quer em cidades como Guimarães ou Coimbra, Braga, Guarda ou Funchal, sobretudo com conferências.

A propósito da efeméride a empresa Prosegur apresenta uma lista do que considera os principais crimes ambientais, na qual inclui a pesca irregular, não declarada e não regulamentada, a posse e o comércio ilegal de espécies, a caça ilegal ou furtiva, a exploração ilegal e o tráfico de madeira, a extração ilegal de recursos minerais e a gestão ilegal de resíduos.

LUSA/HN

Jornadas do Ambiente no Hospital de Braga

Jornadas do Ambiente no Hospital de Braga

Na ocasião, será subscrito um protocolo de colaboração entre o Hospital de Braga e os TUB (Transportes Urbanos de Braga), que intensificará a cooperação entre as duas entidades nas áreas da mobilidade e do ambiente. 

“Juntamente com o compromisso de prestar cuidados de saúde de excelência – procurando sempre o superior interesse dos utentes – e da sustentabilidade económico-financeira, é um objetivo do Hospital de Braga continuar a caminhar em direção à sustentabilidade ambiental, sendo de grande importância o debate, a reflexão e a partilha de boas práticas”, explica João Porfírio Oliveira, Presidente do Conselho de Administração do Hospital de Braga, citado na nota de imprensa.

Promovidas pelo Serviço de Qualidade, Segurança e Epidemiologia do Hospital de Braga, as Jornadas do Ambiente permitirão abordar as boas práticas ambientais em contexto hospitalar, estando prevista a participação de representantes da Câmara Municipal de Braga, TUB, Agere, Braga Ciclável e de diversas entidades que atuam no setor do ambiente. 

Após a sessão de abertura, o programa inclui uma sessão sobre “Hospitais Sustentáveis” em que será analisado o Guia “Hospitais Sustentáveis”, a eficiência energética nos hospitais e a valorização de resíduos nos hospitais. 

No segundo painel, sobre o “Benchmarking de Boas Práticas Ambientais”, serão analisados exemplos de boas práticas, nomeadamente, “Iluminação com tecnologia LED no Centro Hospitalar Universitário de Santo António, “Ovar: Hospital sem papel”, “Eficiência Energética: Plano de Redução de Consumos 2022-2024” no Hospital Vila Franca de Xira e “Sustentabilidade Ambiental no Hospital de Braga”. 

O último debate será sobre a “Sustentabilidade Ambiental no Bloco Operatório”, estando previstas apresentações sobre “Bloco Operatório Verde”, “Triar ou não triar, eis a questão?”, “Redução da Pegada Ecológica”, “Redução de Resíduos na Cirurgia às Cataratas” e “A Pegada Ecológica dos Gases Anestésicos”.

PR/HN/RA

Portugal continental com nível muito elevado de pólenes na atmosfera

Portugal continental com nível muito elevado de pólenes na atmosfera

O pólen presente no ar nas regiões do continente provém essencialmente das árvores oliveira, sobreiro e carvalhos e também das ervas parietária, urtiga, gramíneas, tanchagem e azeda.

As previsões até 18 de maio indicam que nas regiões do Algarve, Alentejo, Lisboa e Setúbal vai predominar a polinização do quenopódio.

De acordo com a SPAIC, durante o mês de maio irá ocorrer uma concentração muito elevada de pólen atmosférico proveniente da oliveira em Portugal Continental.

O pico polínico desta espécie já começou (nas regiões do sul-centro) e irá decorrer até perto do final do mês (nas regiões do centro-norte).

Na região autónoma da Madeira, o pólen presente na atmosfera é predominantemente das árvores cipreste e eucalipto, enquanto nos Açores destacam-se a árvore pinheiro e a erva urtiga.

Nos dois arquipélagos verifica-se também a polinização das ervas parietária, gramíneas e tanchagem.

Segundo a SPAIC, devem evitar-se as atividades ao ar livre quando as concentrações polínicas forem elevadas.

A SPAIC recomenda ainda manter fechadas as janelas do carro sempre que se viajar, para reduzir o contacto com os pólenes. Os motociclistas deverão usar capacete integral.

Em casa, a sociedade aconselha a que se mantenham igualmente fechadas as janelas quando as concentrações dos pólenes forem elevadas.

A SPAIC considera ainda que a medicação será a forma mais eficaz de combater os sintomas de alergia, aconselha a consulta de um médico especialista de imunoalergologia para o diagnóstico correto e prescrição da medicação mais adequada e alerta que a prevenção “poderá passar pela realização de vacinas antialérgicas”.

O boletim polínico divulga todas as semanas os níveis de pólenes existentes na atmosfera, recolhidos através da leitura de postos em várias regiões do país.

LUSA/HN

É dificil ganhar a batalha contra mosquitos, mas inseto não é sinónimo de doença

É dificil ganhar a batalha contra mosquitos, mas inseto não é sinónimo de doença

“É provável que não se ganhe a guerra, porque este mosquito é mesmo invasor. O que queremos é que mantenha o seu número de espécimes o mais baixo possível para que não haja possibilidade de transmissão de agentes infecciosos”, disse à Lusa Maria João Alves.

Referindo-se à espécie (aedes albopictus) detetada já no Norte, Alentejo e Algarve, a investigadora do Departamento de Doenças Infecciosas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) lembra que “toda a Europa é terreno fértil” tendo em conta as “condições ideais” para o mosquito eclodir, mas sublinha: “Por enquanto, ainda estamos numa fase muito inicial da ocupação.”

Lembra que o facto de haver o mosquito não quer dizer que haja doença e que, até hoje, nenhum exemplar desta espécie colhido em território continental estava contaminado.

Para isso, explica, “tem que vir gente infetada de zonas com dengue, por exemplo, depois, naquele período em que ficam com o vírus a circular no sangue [cinco dias], entram em contacto com os outros mosquitos e depois esses é que transmitem às pessoas”.

“Se continuarmos a atuar como temos atuado reduzimos ao mínimo a probabilidade de haver transmissão autóctone”, diz a especialista, lembrando, contudo, que não se pode dizer que há risco zero. “O que é preciso, sem dúvida, é a abundância do mosquito”.

A este nível, Maria João Alves dá o exemplo de França, onde o mosquito foi detetado pela primeira vez em 1999, mas os primeiros casos autóctones de dengue aconteceram apenas em 2010. Na Europa já houve 144 casos de autóctones de dengue, 65 foram o ano passado, em França.

“É preciso uns anos e é nesses anos que nós devemos atuar, em que devemos reduzir a população dos mosquitos, informar a população”, explica a responsável, insistindo: “É nessa altura que podemos fazer alguma diferença.”

Em Portugal Continental, desde a criação da REVIVE, em 2008, passaram alguns anos até o mosquito (‘aedes albopictus’) ser encontrado pela primeira vez. A espécie presente na Madeira desde 2004 e responsável por um surto de dengue em 2012, com mais de 2.000 casos, é diferente (‘aedes aegypti’).

Com a temperatura média a rondar os 20º e a presença de água como condições ideais para eclodir. O ‘aedes albopictus’ foi detetado em Penafiel (Norte) em 2017. No ano a seguir surgiu no Algarve (Loulé) e em 2022 no Alentejo (Mértola).

“Já sabíamos que ia chegar aqui, pois estava no Algarve e em Espanha, na fronteira. Só não sabíamos quando”, disse.

De cada vez que há uma nova introdução, descreveu, este mosquito “substitui muito rapidamente os outros”, pois distribui os ovos em vários criadores, apresentando “toda a estratégia de um mosquito que chega e se instala”.

Sempre que foi identificado em Portugal, as Administrações Regionais de Saúde criaram, no âmbito do REVIVE, programas de monitorização específicos, que além da vigilância e colheitas de mosquitos, incluem a sensibilização da população, pensando na importância de controlar a população desta espécie invasora.

A rede de vigilância inclui colheitas sazonais de mosquitos (de maio e outubro e, nalguns casos, até dezembro, como acontece com o ‘aedes albopictus’), e abrange pontos de entrada como portos e aeroportos, onde as “armadilhas táticas” estão durante todo o ano. Foi alargada às carraças, em 2011, e aos flebótomos, em 2016.

Quando o ‘aedes albopictus’ apareceu em Mértola (apenas ovos), no ano passado, “o Alentejo já tinha, numa colaboração com as câmaras municipais, armadilhas no local há muito tempo, à espera de detetar a primeira introdução”, contou a investigadora.

No total, estão envolvidos nas colheitas da REVIVE mais de 300 técnicos de saúde ambiental.

Questionada sobre como tem evoluído a ocupação do espaço nacional pelo ‘aedes albopictus’, Maria João Alves explicou: “No Norte foi encontrado nas instalações industriais de uma empresa de recauchutagem e, logo no ano a seguir já estava fora dos muros da empresa, mas ainda num perímetro de menos de um quilómetro [onde se te mantido]”.

No Algarve foi detetado em 2018, em Loulé, mas agora já foi encontrado em Faro, incluindo o porto e aeroporto, em Olhão, em Tavira e em Albufeira: “Alguns destes locais foram apenas um ou dois mosquitos, como, por exemplo, em Albufeira, mas já sabemos que está lá, que se vai instalar depois”.

Em Mértola, explica que apenas foram encontrados 11 ovos, numa mesma armadilha que estava no local há anos: “Só para o ano, ou no fim do ano, é que vamos saber onde está exatamente.”

Diz ainda que o facto de terem sido encontrados numa armadilha que estava no mesmo local há vários é a prova que “só agora foi introduzido” nesta região.

Lembra que o mosquito, uma vez infetado, fica sempre com a doença, mas sublinha que – “se tudo lhe correr bem” – só vive um mês.

“E só elas é que fazem refeição de sangue”, explica a coordenadora da REVIVE, lembrando alguns estudos, incluindo em Portugal, que usam inclusive machos estéreis – que procriam mas os ovos não eclodem -, para tentar reduzir a possibilidade de transmissão.

Apesar de tudo, diz que nunca se poderá falar em risco zero.

LUSA/HN