No domingo, após 50 minutos de espera e várias tentativas para iniciar a sessão, a representação da ópera de Verdi foi cancelada devido aos incessantes protestos do público na zona mais barata da sala, onde não foi respeitada a distância entre lugares.
O público que se encontrava no balcão, na área mais alta do auditório do teatro, gritou “Fora” e “Suspensão” impedindo o início do espetáculo à hora prevista (19:00 em Lisboa), por considerar que aquela parte do Teatro Real estava lotada enquanto outras zonas, nomeadamente na plateia, tinham cadeiras de separação entre os espetadores.
Devido aos protestos, o Teatro Real teve de comunicar através do sistema de som da sala que “aqueles que não quisessem ficar ou não estivessem de acordo com a disposição dos lugares” podiam dirigir-se à bilheteira para a devolução do dinheiro do bilhete.
Entretanto, os músicos tocavam a abertura da ópera enquanto os protestos aumentavam de intensidade o que obrigou o maestro Nicola Luissoti a descer ao fosso da orquestra para pôr fim à atuação.
Quase uma hora depois, o Teatro Real tentou começar o espetáculo mas, devido aos protestos, as cortinas do palco desceram definitivamente.
A Polícia Municipal de Madrid foi chamada ao local comprovando que o espaço entre os lugares na zona mais alta da sala não respeitavam as medidas de segurança contra a propagação do novo coronavírus.
De acordo com o Teatro Real, tinham sido vendidas 905 entradas, “menos de 50%” do que é habitual.
A ópera “Un Ballo in Mschera”, com que o Teatro Real de Madrid estreia a temporada de 2020/2021, começou na sexta-feira passada na presença dos reis de Espanha.
Entretanto, a direção do Teatro anunciou que vai dar início a uma investigação, para averiguar as “causas do protesto”.
Segundo um comunicado emitido durante a noite, a direção “vai tomar as medidas necessárias para que as próximas sessões decorram em normalidade” acrescentando que na récita de domingo estavam a ser cumpridas “todas as normais vigentes” e que o protesto “partiu de um pequeno grupo de espectadores”.
O comunicado refere que, apesar de ter sido “oferecida” aos espectadores que se queixavam da ocupação excessiva do “galinheiro”, a possibilidade de recolocação ou devolução do dinheiro, os protestos continuaram obrigando a suspender a sessão.
LUSA/HN
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