Numa declaração apresentada na última reunião de Câmara, o presidente do Município, Luís Albuquerque, adiantou que “existem em Ourém mais de 4.500 utentes sem médico de família”.
“Nas extensões de Saúde de Atouguia e Gondemaria, os médicos aposentaram-se já no corrente ano de 2020, informando-nos a ARS [Administração Regional de Saúde] estar a desenvolver esforços para concretizar a mobilidade interna de uma médica especialista para a Gondemaria, admitindo poder vir a ter a situação resolvida no curto prazo”, disse o presidente.
Já na extensão de Atouguia, “está ainda a decorrer o concurso de acesso à carreira especial de Medicina Geral e Familiar, o que implica que estes utentes terão de recorrer a consultas de recurso na sede da Unidade de Cuidados Personalizados, na cidade de Ourém”.
“Perante este cenário de crise, quanto aos recursos alocados, para o qual não só não contribuímos, como temos dado o nosso melhor contributo para as soluções, lamentamos o cenário de que, em seis meses, o ACES [Agrupamento de Centros de Saúde] tenha perdido 11 médicos, não tendo sido ainda possível a sua substituição, por razões que nos ultrapassam, mas cujas consequências sofremos no dia a dia”, criticou ainda Luís Albuquerque.
O presidente aguarda, “com expectativa, que sejam encontradas, com a brevidade possível, soluções que possam vir a colmatar as deficiências constatadas, de modo a que a população deste Município possa vir, legitimamente, a beneficiar de um serviço público vital para a sua subsistência, ainda para mais em tempo de redobradas dificuldades económicas e sociais”.
“É sustentado, em grande medida, nas contingências geradas por esta pandemia, que nos cumpre, também, expressar grande preocupação pela vacatura do lugar do médico de saúde pública, por força da aposentação do anterior titular, Dr. José Martins, provimento que se impõe venha a ser concretizado, com a brevidade possível, conhecendo-se a alta exigência colocada por um Município com estas características ao nível social”, alertou ainda o autarca.
Luís Albuquerque salientou que, “quando confrontados com as necessidades correntes, acrescidas das dificuldades trazidas pela pandemia da Covid-19, os serviços de saúde localizados no espaço municipal de Ourém não estão a responder de forma adequada às exigências do momento”.
“Se em condições de alguma normalidade o cenário não seria famoso, agora e por maioria de razão, temos motivos para expressar a nossa preocupação face ao modelo e, em grande medida, às carências verificadas nesses serviços”, rematou.
LUSA/HN
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