Presidente da Câmara de Penafiel “muito preocupado” com situação no hospital da cidade

21 de Outubro 2020

O presidente da Câmara de Penafiel, Antonino Sousa, disse esta quarta-feira estar "muito preocupado" com as "graves dificuldades" que ocorrem no hospital da cidade devido à falta de profissionais, pedindo ao Governo para reforçar o pessoal daquela unidade.

Segundo o autarca, o hospital Padre Américo, que é a referência para uma população de meio milhão de habitantes de 12 concelhos do Tâmega e Sousa, enfrenta uma “situação excecional” provocada pela insuficiência de profissionais devido à Covid-19.

“Uma circunstância excecional exige medidas excecionais”, destacou Antonino Sousa, em declarações à Lusa.

Um elevado número de profissionais daquela unidade hospitalar, sinalizou o autarca daquele município do distrito do Porto, está em isolamento por ter sido contagiado pelo novo coronavírus ou por ter mantido algum tido de contacto com as pessoas às quais foi diagnosticada a doença.

Essa circunstância provoca uma situação “muito difícil” no hospital, prejudicando o atendimento à população, “tanto ao nível da Covid-19 como de outras patologias”, reforçou.

Na terça-feira, a administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, em Penafiel, informou haver colaboradores, de vários grupos profissionais, infetados com o novo coronavírus, indicando, porém, que a situação não colocava em causa o funcionamento do hospital.

“Tal como em todos os hospitais, há profissionais infetados, de todos os grupos profissionais. Até ao momento, não está em causa o funcionamento do hospital”, lia-se num esclarecimento enviado à Lusa.

Entretanto, uma fonte ouvida naquele dia pela Lusa relatou uma situação de “grande dificuldade” no hospital de Penafiel, incluindo na urgência, onde os doentes aguardam horas para serem atendidos, devido à insuficiência de profissionais.

“A situação está caótica, com os corredores cheios de doentes”, contou.

Além do pedido de reforço de profissionais, Antonino Sousa defendeu hoje que o Governo, nas circunstâncias atuais, devia articular a resposta com os setores social e privado que operam na região, “para os doentes serem devidamente tratados e acompanhados”.

O presidente sinalizou que a situação atual e a dimensão do problema “extravasam” a capacidade de resposta da administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, exigindo-se, por isso “uma atuação adequada do Governo”.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 40,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.213 pessoas dos 103.736 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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