“Vou permanecer no Parlamento dia e noite sem comer para denunciar este escândalo. As pessoas não têm consciência, mas encaminhamo-nos para uma situação em que praticamente não haverá dinheiro para o clima, para a saúde e nada de significativo para o emprego”, afirmou, em declarações à agência noticiosa francesa AFP.
Numa altura em que prosseguem as negociações entre o Parlamento e o Conselho sobre o orçamento da União para 2021-2027 – acordado pelos líderes europeus em julho passado, em conjunto com o fundo de recuperação para superar a crise da Covid-19 -, o deputado de 56 anos, pertencente à bancada dos Socialistas e Democratas e eleito no ano passado, defende que “a única solução passa por aumentar os recursos próprios da UE”.
No seu entender, a União tem de chegar finalmente a um acordo em torno de um imposto sobre as transações financeiras, “o que permitiria reembolsar o plano de relançamento” de 750 mil milhões de euros, montante que a Comissão Europeia irá angariar aos mercados, “e ao mesmo tempo financiar a saúde e o clima”, dotando estas áreas com mais verbas do que aquelas previstas no orçamento plurianual acordado pelos 27, no montante de 1,074 biliões de euros.
O Parlamento Europeu tem vindo a reclamar 39 mil milhões de euros adicionais ao montante global acordado pelos chefes de Estado e de Governo em julho, no final de uma cimeira que durou quatro dias e quatro noites.
“Se não taxarmos a especulação, o Pacto Ecológico está morto. As belas palavras sobre a lei do clima e a criação de empregos verdes, tudo isso será letra morta, e seremos conduzidos a um planeta morto. Estamos a dirigir-nos para o caos social, climático e sanitário. Tudo se vai decidir nos próximos 15 dias”, adverte o deputado ao Parlamento Europeu.
LUSA/HN
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