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O conceito da Nova APMGF encaixa perfeitamente nas características de quem neste momento faz parte da lista
A primeira vez que o Rui Nogueira me convidou para a Nova APMGF recusei. Achei que não tinha a disponibilidade que eu acho necessária ter para a Direção da APMGF. No entanto, o projeto que o Rui lidera envolve várias pessoas que muito prezo e que têm dado um contributo real e importante para a MGF, nacional e internacionalmente, e também jovens que desconhecia mas que já são promessas da nossa especialidade, e esse projeto fez-me refletir. Por outro lado, a existência de uma lista concorrente, com colegas que também têm a minha estima e reconhecimento, levaram-me a ponderar novamente a minha participação neste desafio inédito na história da Associação.
O conceito da Nova APMGF encaixa perfeitamente nas características de quem neste momento faz parte da lista. Aliás, uma das particularidades é a complementaridade e diversidade dos elementos proponentes.
Internamente tem sido uma partilha muito enriquecedora, desde a procura de pessoas para a composição dos vários órgãos à própria elaboração do programa apresentado. É um programa ambicioso mas exequível, com responsáveis definidos, colaboração de outros e um cronograma que nos parece realista.
A contribuição de várias outras pessoas tem sido uma constante, o que nos entusiasma e responsabiliza. Tal como a existência de outra lista, que nasceu de uma cisão da anterior direção. Nesse aspeto as listas estão equilibradas, pois haverá continuidade relativamente à Direção anterior, quase com o mesmo número de elementos de parte a parte.
O que é para nós a Nova APMGF? O Rui apresentou-mo como um “novo edifício”! Pensei na história da sede da APMCG/APMGF, e lembrei-me das reuniões do grupo de internos naquela velha casa na Estrada da Luz em frente à igreja de Benfica, com uma história significativa, e a mudança para um prédio com história, mas com espaço e condições no centro da cidade, que tem aspetos arquitetónicos distintivos, que é digno, e em que dá gosto receber os colegas da nossa mas também de outras especialidades, mas que ainda pode ser mais utilizado.
Não é começar do zero, é aproveitar tudo de bom que a APMGF já conseguiu, mas dar outra visibilidade, adequar aos tempos que vivemos e conseguir dar resposta às expectativas dos médicos de família. Esse é o ponto principal, que por exemplo concretizamos ao propor uma atividade de provedoria, dando voz a todos, e a partir daí construir alternativas reais e realistas. Aliás, já o fizemos na construção do nosso programa.
Foi interessante perceber que um dos aspetos a melhorar é a comunicação. Digo isto porque ouço colegas a falar da falta de partilha, da falta do portal (que foi real durante muito tempo mas que já foi ultrapassado, obviamente com melhorias a introduzir) e de outras situações, mas quantos já visitaram o novo portal da APMGF ou quantos leem pelo menos uma das várias publicações?
O contacto indireto, virtual ou outro, com os sócios é importante mas não podemos descurar o contacto direto, ainda mais evidente numa altura em que sentimos isso mesmo na nossa prática clínica diária.
Isto leva-nos a outros pontos programáticos, desde a reivindicação de condições de trabalho, não só em termos de equipamento mas também de outros recursos humanos, como assistentes técnicos e operacionais; mas também de progressão na carreira e valorização profissional. A título de exemplo: para quando a valorização do cargo de Presidente do conselho Clínico e de Saúde prevista na legislação? Alguns destes pontos têm um cariz sindical, mas claramente implicam uma postura de apoio por parte da nossa Associação. Também relativamente aos nossos parceiros científicos a Nova APMGF tem elementos que já demonstraram capacidade de promover a Medicina Geral e Familiar como verdadeiros pares.
Pretendemos também colocar a investigação literalmente na agenda do dia, incluída na contratualização com tempo específico e protegido, apoiando e dinamizando algo que tem ficado pelas intenções, exatamente porque não está na nossa agenda da prática diária.
Espero conseguir transmitir o meu entusiasmo, que sinto também em toda a nossa equipa, sabendo que estamos numa altura difícil para a nossa especialidade, em que será preciso muito de nós para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, mas também a defesa da especialidade em contexto da medicina privada, contra uma lógica de mercantilismo que se adivinha nos próximos tempos. Foi por tudo isto que aceitei o desafio do Rui Nogueira para uma Nova APMGF.
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