O anuncio revela que esta vacina candidata contra a Covid-19 apresenta melhores resultados do que a da Pfizer, que na semana passada apresentou uma taxa de eficácia de 90%.
O ensaio clínico de fase III que está a ser desenvolvido nos Estados Unidos envolve mais de trinta mil voluntários. Destes, metade recebeu duas doses da vacina (com quatro semanas de intervalo) e os restantes receberam placebo.
Os resultados foram baseados nos primeiros 95 voluntários que desenvolveram sintomas, sendo que destes apenas cinco tinham sido imunizados com a vacina. Os restantes 90 teriam recebido placebo.
Os dados deram conta, ainda, que houve 11 casos graves de doentes infetados, sendo que todos ocorreram em doentes que não tinham sido vacinados.
Dos 95 casos confirmados de Covid-19 estão incluídos 15 idosos (com mais de 65 anos) e 20 participantes identificados como sendo de diversas comunidades (12 hispânicos ou latino-americanos; quatro negros ou afro-americanos; três asiáticos e um multiracial).
Relativamente ao eventos adversos, os resultados indicam que a maioria destes eventos foram de gravidade leve ou moderada.
O Chief Executive Officer da Moderna, Stéphane Bancel, sublinha que “este é um momento crucial no desenvolvimento da nossa candidata à vacina para a Covid-19. Desde o início de janeiro, temos perseguido este vírus com a intenção de proteger o maior número possível de pessoas em todo o mundo. Sempre soubemos que cada dia é importante. Esta análise intercalar positiva do nosso estudo de Fase III deu-nos a primeira validação clínica de que a nossa vacina pode prevenir a doença por COVID-19, incluindo doença grave”
Em comunicado a empresa biotecnologia garante que esta vacina tem maior durabilidade do que a vacina apresentada pela Pfizer.
À diferença da vacina da Pfizer, que necessita ser mantida a 70 graus negativos por cinco dias, pelo contrário, a vacina da Moderna pode ser mantida a uma temperatura standard de refrigeração de 2 a 8 graus por 30 dias.
Outros detalhes incluem que o transporte e condições de armazenamento a longo prazo podem ser realizados em temperaturas standard de congelação de -20°C (-4°F) por 6 meses; a mRNA-1273 será distribuída através de infraestruturas de entrega e armazenamento de vacinas amplamente disponíveis e não será necessário a diluição antes da administração da vacina.
O Diretor de Operações Técnicas e Qualidade da Moderna, Juan Andres, garante que o “investimento em tecnologia de entrega de mRNA e desenvolvimento de processos de produção nos permitirão armazenar e enviar a nossa candidata à vacina para a Covid-19 a temperaturas normalmente encontradas em congeladores e frigoríficos farmacêuticos facilmente disponíveis”.
“Temos o prazer de submeter estas condições de estabilidade alargadas do mRNA-1273 aos reguladores para aprovação. A capacidade de armazenar a nossa vacina por até 6 meses a -20° C, incluindo até 30 dias em condições normais de refrigeração após o descongelamento, é um desenvolvimento importante e permitiria uma distribuição mais simples e uma maior flexibilidade de vacinação em maior escala, quer nos Estados Unidos, quer também noutras partes do mundo”, acrescenta.
Os resultados apontam, assim, que a vacina da Moderna é mais fácil de armazenar.
A farmacêutica planeia solicitar um pedido de Emergency Use Authorization (EUA) à FDA nas próximas semanas.
A Covid-19 provocou mais de 1,3 milhões de mortes e mais de 54 milhões de casos em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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