O estudo, que contou com a participação de 48 peritos nacionais, alcançou três consensos essenciais sobre o uso de corticosteroides.
A primeira é que “a exposição aos corticosteroides sistémicos, mesmo que por curtos períodos, sem ser em utilização crónica, está associada a um aumento do risco de eventos adversos tais como, infeções, complicações cardiovasculares, metabólicas, psiquiátricas, oculares, gastrointestinais e ósseas”;
A segunda, que “os eventos adversos relacionados com o uso da corticoterapia sistémica crónica são dose-dependentes e são cumulativos no tempo”;
E, por fim, que “a terapêutica com corticosteroides sistémicos está associada a um aumento nos gastos em saúde, em parte devido à necessidade de resolução de eventos adversos com ela relacionados”.
No geral, 95,8% dos peritos nacionais considerou ainda que o entendimento sobre o melhor controlo da doença deve ser pré-definido através de um plano de decisão entre médico e doente. A larga maioria dos clínicos (87% dos peritos) concordou que são necessárias ações adicionais para uma correta avaliação do risco cumulativo da exposição dos doentes a corticosteroides orais. Para além disso, a grande maioria (91,7%) demonstrou uma perceção favorável à utilização de medicamentos biológicos, caso os doentes apresentem elegibilidade para estas terapêuticas, em detrimento da exposição contínua a corticosteroides sistémicos orais.
Os resultados deste estudo demonstram a real necessidade de uma atualização e uniformização na gestão da asma em Portugal. Esta necessidade deve ser sustentada em trabalhos relacionados com os benefícios e acesso a terapêuticas inovadoras, que promovam a adesão do doente com asma grave e que demonstrem um menor impacto nos custos associados à gestão dos doentes com asma grave.
PR/HN/João Marques
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