Celina Pereira: PR de Cabo Verde enaltece “verdadeira embaixadora” da cultura do país

18 de Dezembro 2020

O Presidente cabo-verdiano manifestou hoje a sua tristeza pela morte de Celina Pereira, considerando que, além de cantora, era uma “verdadeira embaixadora” da cultura, uma “artista no sentido mais lato da palavra” e um “ícone de Cabo Verde”.

“Foi com muita tristeza que soubemos da morte de Celina Pereira. Tinha os olhos mais expressivos e penetrantes da música de Cabo Verde e dela emanava, onde quer que estivesse, um ar fresco da cultura das ilhas. Especialmente da sua Boa Vista natal”, escreveu Jorge Carlos Fonseca, numa mensagem publicada na sua página no Facebook.

Para o chefe de Estado cabo-verdiano, além de cantora, Celina Pereira era “uma verdadeira embaixadora” da cultura do país, promovendo-a e divulgando-a, através das estórias tradicionais que contava, um pouco por todo o lado.

“Era uma artista no sentido mais lato da palavra e uma figura que se tornou um ícone de Cabo Verde: culta, poliglota, viajada, amiga, solidária, sempre interessada nos assuntos do seu país”, completou.

Jorge Carlos Fonseca recordou ainda que a cantora, que morreu na quinta-feira, aos 80 anos, em Lisboa, era “universal e carismática, altiva e conversadora, como o são todas as figuras capazes de renovar o oxigénio dentro de uma sala”.

O Presidente sublinhou que Celina Pereira levava Cabo Verde nas suas viagens e o seu trabalho extrapolou o espaço da comunidade cabo-verdiana e percorria escolas secundárias de Portugal, onde se radicara.

“Com a sua morte, fica a sua voz inconfundível e a enorme contribuição na recuperação do património e do cancioneiro tradicional das ilhas, bem como o trabalho desenvolvido na educação dos mais novos”, recordou o Presidente.

Natural da ilha cabo-verdiana da Boavista, sobrinha de Aristides Pereira, primeiro Presidente de Cabo Verde, Celina Pereira viu o seu primeiro ‘single’ “Bobista, Nha Terra/Oh, Boy!”, editado em 1979, mas só em 1986 lançou o primeiro disco “Força di Cretcheu” (Força do Meu Amor), que inclui histórias e cantigas de roda, brincadeira, casamento e trabalho.

Seguiu-se depois “Estória, Estória… No Arquipélago das Maravilhas” (1990), “Nós Tradição” (1993), “Harpejos e Gorjeios” (1998) e “Estória, Estória… do Tambor a Blimundo” (2004).

Em 2003, Celina Pereira foi condecorada com a medalha de mérito – grau comendadora – pelo Presidente português, Jorge Sampaio, pelo trabalho na área da educação e da cultura cabo-verdiana.

Em 2014 foi galardoada com o Prémio Carreira na 4.ª edição do Cabo Verde Music Awards (CVMA).

LUSA/HN

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