População de Vila Franca de Xira faz vigília contra a falta de médicos no concelho

5 de Dezembro 2022

Habitantes de Vila Franca de Xira vão concentrar-se, na terça-feira, numa vigília junto à Câmara Municipal para pedir mais médicos de família no concelho e o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), explicou fonte da organização.

O protesto começa às 17:30 e vai juntar vários movimentos pela saúde de Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, numa ação promovida pelas comissões de utentes de saúde de Alverca e também das localidades do Bom Sucesso e de Arcena.

“Estamos a pedir que se reforce o SNS, com mais médicos e enfermeiros de família, para que possamos ter uma resposta de saúde com qualidade, eficiente e mais rápida perto das nossas casas”, resume Vânia Hilário, membro da Comissão de Utentes de Saúde do Bom Sucesso e Arcena, à agência Lusa.

A falta de profissionais está a afetar cada vez mais pessoas nestas duas localidades da freguesia de Alverca, afirma Vânia Hilário.

Segundo a responsável, em outubro estimava-se que três mil habitantes do Bom Sucesso e Arcena não tinham médico de família e agora serão cerca de sete mil os utentes sem este profissional atribuído.

Perante esta situação, os habitantes do Bom Sucesso e de Arcena estão a ser encaminhados para as unidades de saúde da Póvoa de Santa Iria, a cerca de cinco quilómetros destas localidades, e de Benavente, a mais de 30 quilómetros de distância.

“As pessoas estão um bocadinho perdidas. São ‘empurradas’ para outras zonas”, lamenta Vânia Hilário, acrescentando que na Póvoa de Santa Iria e em Benavente “também não há médicos suficientes para atender a imensidão de gente que aparece” e que os utentes chegam “muito cedo” aos centros de saúde para marcar consultas ou tentarem ser atendidos no dia.

“Vemos os médicos aqui a saírem para o [setor] privado”, lamenta, ao mesmo tempo que a associada da comissão pede “investimento” no SNS para evitar um sistema público mais “enfraquecido”.

A vigília que se realiza na terça-feira em Vila Franca de Xira servirá ainda para ver “o que as pessoas querem fazer a seguir” num concelho em que cerca de 50 mil utentes não tem médico de família, estimativa apontada por David Costa, membro do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP), à Lusa no dia 30 de setembro.

LUSA/HN

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