Primeiras doses da vacina da Johnson & Johnson podem estar disponíveis no segundo trimestre

19 de Janeiro 2021

O diretor médico da Janssen, Manuel Salavessa, estimou esta terça-feira que as primeiras 1,25 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Johnson & Johnson possam estar disponíveis em Portugal no segundo trimestre de 2021.

Fazendo um ponto da situação da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Johnson & Johnson, Manuel Salavessa adiantou à agência Lusa que os 45 mil voluntários do ensaio de fase III estão todos vacinados desde 17 de dezembro.

“Esperamos ter os primeiros resultados de fase III ainda neste mês de janeiro para, se forem positivos, como esperamos, submetermos posteriormente à EMA [Agência Europeia do Medicamento] o nosso pedido de autorização”, afirmou o diretor Médico da Janssen, companhia farmacêutica do grupo Johnson & Johnson, em declarações escritas à Lusa.

Após aprovação, vincou, “o compromisso com as autoridades, nomeadamente as portuguesas, é que as primeiras doses possam estar disponíveis no segundo trimestre de 2021”.

O acordo com a Comissão Europeia prevê para este ano 200 milhões de doses com uma opção de 200 milhões de doses adicionais.

Para Portugal, precisou Manuel Salavessa, o compromisso é de 4,5 milhões de doses para 2021, das quais 1,25 milhões no segundo trimestre 2021.

“Considerando que será uma vacina de dose única, julgamos ser um contributo muito significativo em termos da população portuguesa e para o combate à pandemia”, sublinhou o responsável.

O plano de vacinação contra a Covid-19 em Portugal começou em 27 de dezembro nos hospitais, abrangendo os profissionais de saúde, e já se estendeu aos lares de idosos.

Segundo os últimos dados avançados pelo Ministério da Saúde, já foram administradas 106 mil vacinas em Portugal.

A primeira fase do plano, até final de março, abrange também profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos. Nesta fase, serão igualmente vacinadas, a partir de fevereiro, pessoas de idade igual ou superior a 50 anos com pelo menos uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal ou doença respiratória crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração.

A segunda fase arranca a partir de abril e inclui pessoas de idade igual ou superior a 65 anos e pessoas entre os 50 e os 64 anos, inclusive, com pelo menos uma das seguintes patologias: diabetes, neoplasia maligna ativa, doença renal crónica, insuficiência hepática, hipertensão arterial, obesidade e outras doenças com menor prevalência que poderão ser definidas posteriormente, em função do conhecimento científico.

Na terceira fase, será vacinada a restante população, em data a determinar. As pessoas a vacinar ao longo do ano serão contactadas pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.031.048 mortos resultantes de mais de 94,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 9.028 pessoas dos 556.503 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Confiança: o pilar da gestão de crises na Noruega

A confiança foi essencial na gestão da pandemia pela Noruega, segundo o professor Øyvind Ihlen. Estratégias como transparência, comunicação bidirecional e apelo à responsabilidade coletiva podem ser aplicadas em crises futuras, mas enfrentam desafios como polarização política e ceticismo.

Cortes de Ajuda Externa Aumentam Risco de Surto de Mpox em África

O corte drástico na ajuda externa ameaça provocar um surto massivo de mpox em África e além-fronteiras. Com sistemas de testagem fragilizados, menos de 25% dos casos suspeitos são confirmados, expondo milhões ao risco enquanto especialistas alertam para a necessidade urgente de políticas nacionais robustas.

Audição e Visão Saudáveis: Chave para o Envelhecimento Cognitivo

Um estudo da Universidade de Örebro revela que boa audição e visão podem melhorar as funções cognitivas em idosos, promovendo independência e qualidade de vida. Intervenções como aparelhos auditivos e cirurgias oculares podem retardar o declínio cognitivo associado ao envelhecimento.

Défice de Vitamina K Ligado a Declínio Cognitivo

Um estudo da Universidade Tufts revela que a deficiência de vitamina K pode intensificar a inflamação cerebral e reduzir a neurogénese no hipocampo, contribuindo para o declínio cognitivo com o envelhecimento. A investigação reforça a importância de uma dieta rica em vegetais verdes.

Regresso de cirurgiões garante estabilidade no hospital Fernando Fonseca

O Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Fernando Fonseca entra num novo ciclo de estabilidade com o regresso de quatro cirurgiões experientes, incluindo o antigo diretor. A medida, apoiada pelo Ministério da Saúde, visa responder às necessidades de 600 mil utentes.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights