“Está prevista uma atualização das orientações do ECDC sobre máscaras faciais comunitárias, em data a ser confirmada”, diz esta agência europeia em resposta escrita hoje enviada à Lusa.
Ainda assim, o ECDC vinca que a sua posição sobre as máscaras faciais ainda “não mudou” e que “continuam a ser válidas” as recomendações feitas no início da pandemia de Covid-19, que admitem máscaras comunitárias feitas com “múltiplas camadas” de tecido.
A posição surge depois de, devido às novas variantes do SARS-CoV-2, a Alemanha e a França terem tornado obrigatória a utilização de máscaras cirúrgicas ou FFP2 em locais como transportes públicos e lojas, proibindo as máscaras comunitárias (fabricadas de forma artesanal). Espanha, por seu lado, vai debater a situação e o Reino Unido resiste a tal imposição.
Na resposta à Lusa, o ECDC remete a sua posição para a informação publicada no seu ‘site’, que refere que uma máscara comunitária “deve ser construída com múltiplas camadas – duas a três – de material” e respeitar a “norma europeia para a criação de máscaras não médicas”.
Ainda assim, a agência europeia de apoio aos Estados-membros em questões de saúde pública destaca a “eficácia ligeiramente superior das máscaras médicas do que das máscaras não médicas”.
Nessas recomendações, o ECDC aponta que “a utilização de máscaras faciais médicas – geralmente de cor azul-claro e disponíveis nas farmácias – pode reduzir o risco de infetar outras pessoas”, ainda que admita também outros tipos.
“Considere a utilização de uma máscara facial quando visitar espaços ocupados e fechados onde não seja possível manter distância física suficiente de outras pessoas, tais como mercearias e centros comerciais ou quando utilizar transportes públicos”, aconselha ainda o ECDC.
Já na resposta hoje enviada à Lusa, o centro europeu avisa que “a utilização de máscaras faciais não deve substituir outras medidas recomendadas para evitar a transmissão da Covid-19, tais como distanciamento físico, etiqueta respiratória, higiene meticulosa das mãos e evitar tocar no rosto, nariz, olhos e boca”.
“A chave para a utilização eficaz das máscaras faciais é a sua utilização correta e consistente”, salienta.
Relativamente às novas variantes do novo coronavírus detetadas no Reino Unido, África do Sul e Brasil, que se revelam mais contagiosas, o ECDC sublinha a “importância das intervenções não-farmacêuticas”, isto é, da adoção de restrições, como recomendado num relatório divulgado na semana passada.
“Uma maior transmissibilidade implica que a eficácia de várias intervenções não-farmacêuticas individuais – por exemplo, distanciamento físico ou utilização de máscaras faciais – pode ser reduzida e que será necessária uma camada mais intensiva de intervenções não-farmacêuticas para alcançar resultados semelhantes”, como a introdução de confinamentos ou o encerramento de determinados locais públicos, conclui o ECDC na resposta dada à Lusa.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.140.687 mortos resultantes de mais de 99,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo.
LUSA/HN
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