“A ideia não é juntar um novo pavilhão, é substituir o pavilhão onde estamos pelo novo pavilhão, que tem maior capacidade e pode receber inclusive um leque mais alargado de pessoas, com critérios de admissão mais alargados do que aqueles que temos agora”, afirmou o coordenador da Estrutura Hospitalar de Contingência de Lisboa, António Diniz.
Instalado no Estádio Universitário de Lisboa, o novo pavilhão do hospital de campanha, com capacidade de 150 camas, “irá provavelmente ser aberto até ao final da próxima semana”, apontou António Diniz, explicando que a abertura podia ter sido acelerada caso houvesse pressão que justificasse.
Em declarações à agência Lusa, o coordenador adiantou que o novo pavilhão vai corresponder a “uma mudança na perspetiva” de resposta, juntando a prioridade inicial de contribuir para diminuir a pressão sobre os hospitais ao objetivo de possibilitar que as enfermarias de outras especialidades e de outras áreas de intervenção médicas ou cirúrgicas que se têm dedicado aos doentes Covid-19 “possam retomar o mais rapidamente possível a sua atividade normal”.
“São estas duas funções que fazem que, nesta altura, se justifique ainda manter a atividade da Estrutura Hospitalar de Contingência de Lisboa”, reforçou.
O primeiro pavilhão, que começou a funcionar em 23 de janeiro e que dispõe de 58 camas, já recebeu um total de 118 doentes Covid-19, indicou António Diniz, referindo que a estrutura tem, neste momento, 18 pessoas internadas e espera receber ainda hoje mais alguns doentes.
Para o coordenador do hospital de campanha de Lisboa, o número de doentes hoje internados nesta estrutura reflete o que se está a passar nos hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo, em que se verifica, desde a semana passada, uma redução da pressão de internamento de doentes Covid-19.
Neste contexto, António Diniz defendeu que a Estrutura Hospitalar de Contingência de Lisboa pode também ajudar “na recuperação dos hospitais para a assistência e normalização da sua atividade clínica, nomeadamente em relação aos doentes não covid”.
Quando o novo pavilhão entrar em funcionamento, o atual espaço deixa de estar operacional, mas fica de retaguarda para voltar a ser ativado “em caso de extrema necessidade”, nomeadamente se se registar uma nova vaga da pandemia da Covid-19.
Em relação aos voluntários, iniciativa da Universidade da Lisboa que teve mais de mil inscritos, o grupo de 80 candidatos selecionados vai começar a ajudar no funcionamento do hospital de campanha, em princípio, aquando a abertura novo pavilhão, referiu o coordenador, endereçando um agradecimento às pessoas que se voluntariaram e a todas as entidades que fizeram doações ou patrocínios para o equipamento e a manutenção da Estrutura Hospitalar de Contingência.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.400.543 mortos no mundo, resultantes de mais de 108,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 15.411 pessoas dos 787.059 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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