“Começa a quarentena radical. Necessitamos da quarentena radical. Vamos fazer um esforço. Quarentena radical, voluntária, consciente, do 7+7, o método venezuelano perfeito que tem demonstrado eficácia”, disse Nicolás Maduro, na televisão estatal venezuelana.
O anúncio surgiu depois de as autoridades venezuelanas terem flexibilizado a quarentena durante duas semanas, a última das quais devido ao Carnaval, e de na quinta-feira ter começado um plano de vacinação da população mais vulnerável, incluindo profissionais da saúde e militares.
Maduro acrescentou que os casos de Covid-19 desceram ligeiramente no país, em fevereiro. “Temos 20 casos ativos por 100 mil habitantes, apesar das duas semanas de flexibilização do Carnaval”, afirmou.
Por outro lado, o chefe de Estado venezuelano indicou que a vacina russa Sputnik-V está “em todos os estados” do país, sublinhando que o transporte foi possível porque “a cadeia de frio funcionou”.
“Em abril, esperamos ter mais vacinados. O povo tem estado muito agradecido”, sublinhou.
Já em 13 de fevereiro a Venezuela recebeu as primeiras 100 mil doses da vacina russa Sputnik-V contra a Covid-19, destinadas à população mais vulnerável, aos profissionais do setor da saúde e aos militares, para reduzir a transmissão local do coronavírus.
A Academia Nacional de Medicina (ANM) da Venezuela indicou que o país necessita de 30 milhões de vacinas para imunizar 15 milhões de pessoas, 3,5 milhões delas de maneira prioritária.
A Venezuela está em estado de alerta, desde 13 de março de 2020, o que permite ao executivo tomar “decisões drásticas” de combate à pandemia.
Nos últimos meses a Venezuela tem aplicado um modelo próprio de quarentena, chamado de 7+7 que consiste em sete dias de estrito confinamento seguido por sete dias de flexibilização.
A última flexibilização começou no dia 8 e prolongou-se devido ao carnaval. A imprensa local divulgou imagens de muitas pessoas nas praias do país, alertando que não estavam a ser respeitadas medidas de prevenção como o uso de máscaras e o distanciamento social.
Vários profissionais da saúde têm alertado sobre um possível aumento do número de casos de coronavírus no país, devido ao incumprimento das medidas preventivas durante o carnaval.
Na Venezuela estão oficialmente confirmados 136.010 casos da Covid-19, desde o início da pandemia em março de 2020. Há ainda 1.312 mortes associadas ao novo coronavírus e 127.598 pessoas recuperaram da doença.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.461.254 mortos no mundo, resultantes de mais de 111 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 15.962 pessoas dos 797.525 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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